AIE vê déficit de petróleo caso Opep não eleve produção
(Bloomberg) -- A Agência Internacional de Energia (AIE), analista de petróleo de maior destaque do mundo, antecipa que a relação oferta e demanda nos mercados internacionais de petróleo ficará perto do equilíbrio no ano que vem. Se os integrantes da Opep não puderem resolver suas enormes interrupções da produção, esta situação se transformará em um déficit significativo.
Em 2017, a produção mundial de petróleo chegará muito perto de igualar o consumo, encerrando vários anos de oferta excedente, projetou a AIE, que tem sede em Paris, em 14 de junho. Para que isso aconteça, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo teria que bombear 650.000 barris extras por dia ao longo do ano, segundo cálculos da Bloomberg com base nos dados da AIE. Isso exigiria soluções para os atentados na Nigéria, para as profundas divisões políticas da Líbia ou para a crise econômica da Venezuela.
"A AIE está sendo muito otimista ao presumir uma oferta elevada da Opep no ano que vem", disse Amrita Sen, analista-chefe de petróleo da consultoria Energy Aspects em Londres. "Embora muitos vejam as interrupções na Líbia e na Nigéria como algo não planejado, nós argumentaríamos que elas são, em parte, sintomas dos baixos preços do petróleo e que provavelmente não serão resolvidas tão cedo".
1 milhão de barris
Até o fim do ano que vem a Opep precisará bombear aproximadamente 1 milhão de barris acima do nível de produção do mês passado para manter o mercado em equilíbrio, segundo cálculos da Bloomberg baseados nos dados da AIE. A agência não publica o nível de produção da Opep projetado para calcular seus balanços e sua assessoria de imprensa não forneceu os números, nem quis comentar sobre a base usada pela agência para as previsões.
Uma certa produção adicional poderia ser fornecida pelo Irã, que está recuperando suas exportações após o cancelamento, em janeiro, das sanções relacionadas ao seu programa nuclear. O país do Golfo Pérsico aumentará sua produção para mais de 3,7 milhões de barris por dia no ano que vem, após bombear o maior total em cinco anos, de 3,6 milhões em maio, segundo a AIE. A Arábia Saudita, maior exportadora do mundo, também poderia ampliar sua produção durante os meses de verão para cobrir o aumento da demanda doméstica, disse a agência.
Após dois anos de oferta excedente, os países mais industrializados do mundo contam com mais de 3 bilhões de barris de petróleo em estoque. Esse "enorme estoque pendente" reduz a perspectiva de "aumento significativo dos preços", segundo a AIE.
A agência estima que os estoques cairão muito lentamente em 2017, a uma média de 100.000 barris por dia ao longo do ano. Esse pequeno déficit presume que a Opep bombeará 33,3 milhões de barris de petróleo por dia, contra uma produção de 32,6 milhões por dia da organização em maio.
Se a produção da Opep ficar abaixo das estimativas da AIE, esses estoques começarão a encolher rapidamente, segundo cálculos da Bloomberg.
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