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Antes patinho feio,QGEP vira preferida no abalado setor petróleo

Peter Millard e Denyse Godoy

17/06/2016 14h37

(Bloomberg) -- Na história da indústria petrolífera do Brasil, a QGEP Participações nunca esteve no radar da maioria dos investidores. Não é um peso-pesado como a Petrobras, nem foi tão elogiada quanto a OGX, a startup do ex-bilionário Eike Batista.

Mas entre todas as produtoras, que venderam juntas mais de US$ 77 bilhões em ações após a descoberta do pré-sal, em 2007, a QGEP é a única que contabiliza mais boas histórias do que fracassos para contar. Uma década mais tarde, a petroleira tem a melhor chance de alcançar as suas metas de produção.

Isso não impediu os investidores de se desfazerem das ações da empresa juntamente com as de seus pares. A QGEP caiu mais de 80% desde o pico de 2011, à medida que os preços do petróleo desabaram, a OGX entrou com pedido de recuperação judicial e a Petrobras foi envolvida na Lava Jato. Lincoln Guardado, presidente da QGEP, diz que é hora de os investidores darem uma segunda chance para os papéis da empresa, e os analistas concordam.

"O Brasil vai voltar como um hot spot mundial", disse Guardado, geólogo e ex-executivo da Petrobras, em entrevista. Analistas de empresas como BTG Pactual e Itaú BBA dizem que a QGEP é a melhor aposta dos investidores neste momento.

A empresa é a preferida dos analistas de ações locais, sendo que nove entre 11 recomendam que os clientes adicionem a empresa às suas carteiras. O analista Antonio Junqueira, do BTG, disse que a QGEP é a "única compra" em seu universo de cobertura de produtoras de petróleo e gás do Brasil.

'Risco equilibrado'

"Depois de tanta frustração nos últimos anos, o setor de energia na bolsa brasileira está praticamente morto", disse Marcos Peixoto, chefe da unidade de gestão de recursos da XP Investimentos, que está avaliando a possibilidade de comprar a ação. "A QGEP se destaca porque é mais conservadora do que as outras produtoras".

Guardado disse que, em vez de conservadora, a estratégia da empresa pode ser descrita mais corretamente como de "risco equilibrado".

Isso não quer dizer que a QGEP não tenha tido contratempos com a produção. Guardado diz que, na melhor das hipóteses, a empresa iniciará a produção em seu campo de Atlanta, a mais de 160 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro, no final deste ano.

Apesar disso, a petroleira cumpriu ou superou metas constantemente em seu campo de gás natural de Manati, cuja receita financia as operações da empresa e os investimentos em exploração e produção de petróleo, diz a QGEP em seu site.

"Cada um tem sua estratégia", disse Guardado. "As outras empresas foram muito arrojadas. Infelizmente, não lograram êxito".

--Com a colaboração de Julia Leite