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Para Kaplan, Fed de Dallas, alta de juros em setembro é possível

Bloomberg News

01/08/2016 15h06

(Bloomberg) -- O presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, disse que ainda é possível aumentar as taxas de juros na próxima reunião, em setembro, apesar de um relatório publicado na semana passada ter mostrado que o crescimento no segundo trimestre foi mais fraco do que o esperado.

Os dados sobre crescimento serão revisados e as autoridades do Federal Reserve (Fed) receberão mais dois relatórios sobre emprego antes da próxima reunião, disse Kaplan, que poderá votar sobre política monetária no ano que vem, em entrevista à Bloomberg TV em Pequim nesta segunda-feira. Ele disse que a projeção de crescimento para 2016 do Fed de Dallas provavelmente continuará projetando uma expansão de pouco menos de 2 por cento.

"Setembro é claramente uma opção, mas acredito que teremos que ver como a coisa se desdobra e, portanto, ainda é muito cedo para chegar a uma conclusão", disse Kaplan. "Ainda acreditamos que o consumidor estará forte em 2016, mas isso também fará com que fiquemos muito atentos às próximas publicações de dados para ver qual a tendência que estamos".

Menos riscos

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) deixou as taxas de juros inalteradas, mas disse que os riscos para a economia dos EUA diminuíram e que o mercado de trabalho está se ajustando, o que sugere que as condições estão se tornando mais favoráveis para um aumento no custo do crédito. Dados publicados na sexta-feira mostraram que o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,2 por cento no segundo trimestre, inferior a de 2,5 por cento projetada pelos economistas em uma pesquisa da Bloomberg.

A presidente Janet Yellen e seus colegas vêm procurando evidências de como ventos contrários do exterior, entre eles os efeitos da decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia, afetarão a contratação nos EUA e o progresso em elevar a inflação para a meta de 2 por cento. Kaplan disse que a reação do mercado ao Brexit já foi precificada e que ele vai esperar para ver se isso afeta a perspectiva de permanência na UE de outros países-membros nos próximos anos.

"Certamente não é algo positivo para o crescimento global em um momento em que precisamos de mais crescimento", disse Kaplan. "Nossa própria hipótese de trabalho é que ele apenas terá um efeito negativo modesto ou marginal no crescimento do PIB dos EUA".

Motivos

Kaplan mencionou a turbulência ocorrida nos mercados chineses em janeiro e fevereiro e sua transmissão para um ajuste global das condições financeiras como motivos pelos quais o Fed tem que estar a par das conexões financeiras e econômicas globais. O banco central trabalha com um mandato duplo de estabilidade de preços e pleno emprego para os americanos.

"Temos que estar cientes da divergência entre políticas e também do que está acontecendo no mundo, porque em um mundo mais global isso pode afetar os EUA muito mais rapidamente", disse ele. "Isso tem que ser parte fundamental dos nossos empregos, embora entendamos que a nossa responsabilidade principal é sermos o banco central dos EUA".