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Embraer, BRF e Petrobras saem do foco da operação Zelotes

R.T. Watson

03/08/2016 18h20Atualizada em 05/08/2016 17h06

(Bloomberg) -- O promotor encarregado da investigação sobre fraudes no tribunal da Receita Federal --Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais-- disse que está retirando da investigação, pelo menos temporariamente, supostos abusos da Embraer, Petrobras e BRF para se concentrar nos casos que tenham evidência sólida.

O procurador federal Frederico Paiva disse que os executivos de nove empresas podem enfrentar acusações novas ou adicionais neste ano, incluindo o Bank Boston, banco que pertencia ao Bank of America antes de ser comprado pelo Itaú Unibanco; a siderúrgica Gerdau; a MMC Automotores, representante da Mitsubishi Motors no Brasil; e o Brascan, banco que mudou de nome desde então.

Uma filial de emissora de televisão, uma produtora local de cimento e uma agência de viagens também estão na lista de empresas que supostamente negociaram subornos com representantes do governo para tentar reduzir impostos, assim como duas outras empresas que Paiva se recusou a nomear.

De 70 para 20 investigadas

"Eu tenho forte prova e tenho certeza sobre a corrupção" nos casos restantes, disse Paiva em uma entrevista em seu escritório. "Eu acho que vou conseguir uma condenação", disse ele, sem entrar em detalhes.

O Itaú Unibanco disse que os processos investigados pela Zelotes no Bank Boston não foram incluídos na compra do banco pelo Itaú e, portanto, o Itaú não está envolvido no caso. A Gerdau negou qualquer envolvimento, enquanto Embraer, Bank of America, BRF e MMC Automotores não quiseram comentar. Brascan e Petrobras não responderam à reportagem.

Paiva disse na semana passada que a investigação da Zelotes tinha limitado o seu escopo de 70 para menos de 20 empresas, desde que as primeiras diligências foram realizadas, pouco mais de um ano atrás, alegando falta de provas e recursos. Isto marca um golpe em uma investigação que tem sido ofuscada pela Lava Jato --que envolve Petrobras, empreiteiras e políticos.

Grandes executivos no foco

A Zelotes conseguiu um impulso nos últimos meses depois de focar em membros da elite empresarial do Brasil por supostamente terem subornado ou tentado negociar pagamentos a funcionários do Carf para deixar de pagar impostos.

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, foi acusado de má conduta em maio. Na semana passada, novas alegações atingiram mais dois executivos do banco. A polícia também acusou de irregularidades mais de uma dúzia de pessoas na Gerdau, incluindo o presidente André Gerdau, bem como o bilionário Joseph Safra, do grupo Safra, que terá uma audiência na justiça em outubro, segundo Paiva. Safra e Bradesco negaram irregularidades.

Também saíram de uma lista de empresas apontadas no início de 2015 a cooperativa de açúcar Copersucar, a unidade local da Ford Motor e o BTG Pactual. Nenhuma dessas empresas respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

Paiva disse que, em muitos dos casos que foram retirados da investigação, ele não encontrou nenhuma evidência de má conduta. A investigação está agora tentando recuperar cerca de R$ 5 bilhões em impostos não pagos, além de multas, contra uma estimativa inicial de R$ 19 bilhões.

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