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Opep reacende esperança de congelamento da produção de petróleo

Mark Shenk

15/08/2016 10h30

(Bloomberg) -- Bastaram algumas palavras da Opep para encorajar os otimistas em relação ao petróleo.

Os gestores de recursos promoveram o maior aumento das apostas na alta dos preços do petróleo desde janeiro enquanto os futuros se recuperaram do menor nível em três meses. Os preços deram um salto depois que o presidente da Opep declarou, em 8 de agosto, que o grupo se reunirá informalmente para conversar em Argel, no mês que vem, e que a Arábia Saudita sinalizou, em 11 de agosto, que está preparada para discutir medidas para estabilizar os mercados.

"O comunicado certamente cumpriu seu objetivo", disse Daniel Yergin, vice-presidente do conselho da IHS Markit. "Os sauditas viram que as apostas pessimistas haviam realmente derrubado os preços".

As conversas entre os integrantes da Opep e outros produtores poderão resultar em uma ação para estabilizar o mercado, disse o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih. Os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mantêm "deliberações constantes", segundo um comunicado publicado no website da Opep atribuído a Mohammed bin Saleh Al-Sada, ministro de Energia e Indústria do Catar e atual presidente do grupo.

Os hedge funds reforçaram suas posições compradas no petróleo West Texas Intermediate em 17.154 futuros e opções combinados durante o período de uma semana que terminou em 9 de agosto, segundo a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês). O WTI subiu 8,3 por cento, para US$ 42,77 o barril, na semana mencionada. Os preços avançavam 1 por cento, para US$ 44,95 o barril, às 9h33 de segunda-feira pelo horário de Londres, após registrarem o maior ganho semanal desde abril.

"Os sauditas estão muito atentos aos mercados financeiros e à forma como eles amplificam as oscilações de preços", disse Yergin.

As divergências entre a Arábia Saudita e o Irã provocaram o fracasso da proposta de congelamento da produção na cúpula de abril, em Doha. Os sauditas insistiram que não restringiriam a produção se não houvesse comprometimento de todos os integrantes da Opep, incluindo o Irã, que aumentou a produção de petróleo e as exportações após anos de sanções que foram eliminadas em janeiro.

"O congelamento pode estar sobre a mesa e talvez haja algo mais", disse Mike Wittner, chefe de pesquisa do mercado de petróleo do Société Générale em Nova York. "Os comentários sauditas deixam a porta aberta para qualquer coisa, diferentemente do que ocorreu em Doha, quando eles mataram o acordo. O fato de os sauditas estarem dispostos a tomar medidas é um sinal importante. Os iranianos fizeram praticamente tudo o que queriam, o que os deixará mais abertos, e os sauditas também parecem estar abertos".

As refinarias de todo o mundo processarão um total recorde de 80,6 milhões de barris de petróleo por dia neste trimestre para absorver a alta histórica da produção de diversos atores do Golfo Pérsico, disse a Agência Internacional de Energia em 11 de agosto.