Membro da Otan apoia Hillary enquanto Trump divide a Europa
(Bloomberg) -- Mais um país da ala leste da Otan prefere Hillary Clinton para presidente dos EUA em vez de Donald Trump, o candidato republicano que tem gerado alarme entre os membros da organização ao questionar a obrigação de defendê-los em caso de ataque.
A presidência de Hillary Clinton seria uma garantia melhor de segurança para os aliados dos EUA na Europa, disse o primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka, em entrevista publicada pelo jornal Hospodá?ské noviny nesta terça-feira. Com 10,5 milhões de habitantes, o país da Europa Central integra a Organização do Tratado do Atlântico Norte e a União Europeia.
Ao chamar a Otan de "obsoleta" e questionar seus princípios vinculativos, o republicano e magnata do setor imobiliário assustou as autoridades de alguns dos 28 países, do Pacífico às fronteiras da ex-inimiga da Guerra Fria, a Rússia, especialmente das antigas repúblicas soviéticas do Báltico, que temem agressões de sua vizinha. Trump fez com que o Leste Europeu estremecesse no mês passado quando disse ao New York Times que os EUA só defenderiam os países-membros da Otan se eles "cumprissem suas obrigações em relação a nós", uma crítica ao que ele entende ser um baixo gasto militar de muitos aliados.
"A decisão cabe aos eleitores dos EUA, mas para mim a experiência e as declarações de Hillary Clinton são uma garantia melhor de que a cooperação transatlântica será mantida", disse Sobotka na entrevista. A República Tcheca se esforçará para manter boas relações com os EUA, independentemente de quem for eleito, disse ele.
Compromisso 'firme'
O endosso de Sobotka surge após um apoio similar do presidente francês, François Hollande, em junho. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, elogiou Clinton por suas credenciais no setor de segurança, em abril, e disse que esperava que o próximo presidente dos EUA "pudesse finalmente ser uma mulher". O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, expressou preocupação com a postura de Trump em relação ao comércio e com seu recuo diante dos compromissos com a Otan.
Em contrapartida, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que entrou em conflito com outros líderes da UE e com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton por questões ligadas ao Estado de Direito e elogiou o modelo de "democracia iliberal" seguido pelo líder russo Vladimir Putin, disse que a presidência de Trump pode ser o melhor resultado para a Europa.
A campanha democrata tem defendido o compromisso "firme" dos EUA com seus aliados da Otan e afirma que, com Hillary, o país jamais descumpriria suas obrigações.
A Otan decidiu, em uma cúpula realizada no mês passado em Varsóvia, enviar um batalhão aliado a cada um dos três países Bálticos e à Polônia. A medida é uma tentativa de aumentar os custos para a Rússia caso o país se envolva em qualquer tipo possível de agressão. A Rússia anexou a Crimeia, antes pertencente à Ucrânia, em 2014, e foi acusada pelos EUA e pelos países da UE de ter apoiado rebeldes separatistas nas regiões mais ao leste do país em uma guerra que matou quase 10.000 pessoas. A Rússia afirmou diversas vezes que não tem intenção de atacar membros da UE.
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