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Banco do Japão pode anunciar choque de estímulos, afirma UBS

Finbarr Flynn e Caroline Hyde

29/08/2016 10h51

(Bloomberg) -- O Banco do Japão pode anunciar um "massivo programa de estímulos" para alcançar a meta de inflação de 2 por cento, de acordo com a UBS Wealth Management.

"É o que eles podem fazer e se podem criar esse tipo de choque e admiração neste ponto do ciclo", afirmou Mark Haefele, diretor global de investimentos da UBS Wealth Management, em entrevista à Bloomberg TV nesta segunda-feira. "Eles podem anunciar um massivo programa de estímulos nos lados monetário e fiscal ou podem acabar baixando suas metas de inflação. Neste momento, parece que vão usar mais estímulos."

O comandante do banco central, Haruhiko Kuroda, declarou durante o fim de semana nos EUA que a instituição não hesitará em aumentar o estímulo monetário se necessário e que há amplo espaço para afrouxamento adicional. Ele também afirmou durante o encontro anual promovido pelo banco central americano (Federal Reserve) em Jackson Hole, no Estado de Wyoming, que o Banco do Japão vai considerar com cuidado como melhor atuar para atingir a meta de estabilidade de preços.

Os preços ao consumidor excluindo alimentos in natura - a referência de inflação usada pelo Banco do Japão -- caíram 0,5 por cento nos 12 meses até julho, marcando a queda mais acentuada desde março de 2013, mês anterior ao lançamento de estímulos sem precedentes por Kuroda.

Ameaça ao banco central

A incapacidade do Japão de atingir suas metas "colocou aquele país e o banco central em algum tipo de ameaça de onde vão ter de trabalhar para sair", disse Haefele, que supervisiona estratégia e política de investimentos para gestão de aproximadamente US$ 2 trilhões em ativos na UBS Wealth Management, de acordo com o website da instituição.

O Banco do Japão atualmente realiza a revisão de sua política monetária, em antecipação à reunião dos dias 20 e 21 de setembro. Se o banco central vai adotar mais estímulos com o iene no nível atual ou vai esperar para ver se a moeda se valoriza mais é "uma questão em aberto", ele disse.

"É difícil dizer que qualquer movimento específico será suficiente, considerando que a história de estímulos no Japão tem sido errática", afirmou Haefele. "Mas todos esperam que eles façam outra tentativa porque claramente o Japão, apesar de reafirmar suas metas de inflação, não tem conseguido atingi-las."