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Pouco a pouco, Goldman dá adeus a centenas de funcionários

Dakin Campbell

26/10/2016 10h41

(Bloomberg) -- O primeiro aviso de "demissão de pessoal" surgiu em fevereiro: 43 pessoas perderiam o emprego.

O segundo chegou seis semanas mais tarde, elevando os cortes a 109 trabalhadores. Depois um terceiro, em abril, para outros 146. E um quarto, em junho: 98. Seguiram-se mais três avisos, incluindo as 20 demissões anunciadas na semana passada.

O "pessoal" em questão -- funcionários do Goldman Sachs Group.

Como toda grande empresa do Estado de Nova York, a empresa é obrigada a apresentar uma "notificação WARN" (sigla em inglês para Notificação para Ajustar e Recapacitar Trabalhador) às autoridades estaduais quando pretende despedir grandes quantidades de funcionários devido ao fechamento de uma unidade, ou "demissões em massa" de 250 pessoas ou mais.

s empregadores também precisam informar o estado de reduções menores sob determinadas circunstâncias, e o Goldman Sachs citou uma "demissão de pessoal" em cada um dos casos. Com o anúncio da semana passada, o total de cortes chegou a 443.

Com essa série de avisos, sete desde o começo do ano, o banco sinalizou sua intenção de demitir centenas de funcionários em Nova York sem definir um único número, que chamaria a atenção, para a redução geral, que já é sua maior desde 2008. A abordagem da instituição difere da adotada por concorrentes, como o Morgan Stanley, que preferiram realizar um corte único e maior.

Número grande

"Quando há um número grande, as pessoas imediatamente acham que tem alguma coisa acontecendo naquela empresa -- é algo negativo", disse Jeanne Branthover, sócia da empresa de recrutamento de executivos DHR International, com sede em Nova York. "Neste caso, é mais 'estamos demitindo e não queremos dar explicações'. É algo mais discreto".

A abordagem mais lenta do Goldman Sachs pode refletir o desejo de evitar cortes exagerados se o trading ou os negócios voltarem com força. O presidente Lloyd Blankfein falou sobre manter a agilidade para reagir a oportunidades de receita quando elas surgirem.

Também poderia refletir um panorama que foi obscurecendo ao longo do ano. Em janeiro, uma pessoa familiarizada com o pensamento na empresa disse que o Goldman Sachs estava analisando cortes para mais de 5% de seus funcionários de renda fixa. Em março, isso se expandiu para mais de 5%, mas menos de 10%. Em maio, o total passou a ser 10%.

As notificações WARN não abrangem demissões fora de Nova York e não incluem aposentadorias voluntárias. Mais de meia dúzia de sócios abandonaram o Goldman Sachs neste ano, de acordo com memorandos internos obtidos pela agência de notícias Bloomberg.

"Tudo o que o Goldman faz é analisado minunciosamente", disse Branthover. "Isso pode ser um sinal ou um indício de que mudanças estão sendo realizadas internamente ou de que algumas unidades e áreas que não estão tendo um desempenho satisfatório. Eu ficaria de olho nisso."