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China busca proteção contra oscilação de preço de porco

Bloomberg News

27/10/2016 14h59

(Bloomberg) -- A China está buscando uma proteção para o custo de sua dependência da carne de porco.

No país que consome metade da carne de porco do mundo, as oscilações de preços se tornaram tão grandes que prejudicam a capacidade dos produtores domésticos de atender à demanda, mesmo com 450 milhões de porcos. As importações estão no nível mais elevado da história e superam todas as demais compras.

A Bolsa de Commodities de Dalian, maior mercado da China para itens como milho, ovos e minério de ferro, diz que pode ter uma forma de ajudar a minimizar esse risco: um contrato futuro de porcos.

A Dalian planeja oferecer trading de porcos pela primeira vez no ano que vem, segundo duas pessoas informadas sobre os planos. O contrato poderia ajudar criadores, consumidores de carne e investidores a se planejarem melhor para as oscilações de preço e a estimular a consolidação do setor.

Os porcos "podem se tornar o maior contrato futuro agrícola" do país, disse Jim Huang, CEO da China-America Commodities Data Analytics. Com base nos 2 trilhões de yuans (US$ 295 bilhões) de animais comprados e vendidos anualmente na China, um contrato popular na Dalian poderia gerar uma negociação avaliada em 10 vezes esse montante, disse Huang.

Um contrato futuro é um acordo de compra ou venda de uma commodity a um preço e uma data específicos. Os especuladores usam o mercado para apostar nas oscilações de preços, mas os acordos também servem para reduzir o risco financeiro porque fixam as vendas para os produtores e os custos para os consumidores.

Embora não haja garantia de sucesso do novo contrato, a Bolsa de Commodities de Dalian se tornou referência dos crescentes mercados de matérias-primas e produtos agrícolas da China, a segunda maior economia do mundo.

As negociações na bolsa dispararam para 1,12 bilhão de contratos no ano passado, contra 240,7 milhões em 2006. Os maiores mercados são os de farelo de soja e minério de ferro.

Wang Fenghai, CEO da Bolsa de Commodities de Dalian, afirmou em uma conferência, em setembro, que após 15 anos estudando o mercado a bolsa começaria a negociar contratos futuros de porcos em breve. Ele não deu detalhes. Um porta-voz da bolsa de Dalian preferiu não comentar sobre os planos.

A Bolsa Mercantil de Chicago, de propriedade da CME Group, tem os futuros de porcos mais usados do mundo, que negociaram um total recorde de 37 mil contratos por dia no primeiro trimestre. Cada contrato abrange 18 toneladas de carcaças de porco.

Os futuros para entrega em dezembro eram negociados a 44,2 centavos de dólar a libra-peso na quinta-feira, avaliando cada contrato em cerca de US$ 17.540. Contudo, a CME serve mais como referência nos EUA, com pouca influência sobre a oferta da China, o país mais populoso do mundo, com mais de 1,37 bilhão de habitantes.