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Oracle amplia investimento na nuvem para enfrentar Amazon

Brian Womack

08/11/2016 14h54

(Bloomberg) -- O diretor de informação da Beachbody, Eduardo Frias, viajou recentemente a São Francisco para escutar o discurso de venda do chefão da Oracle.

A Beachbody já utilizava há tempos o software de negócios da Oracle para tarefas como a gestão das finanças e da cadeia de abastecimento.

Desta vez o presidente do conselho da empresa, Larry Ellison, queria vender um novo produto a Frias: acesso direto a centros de dados remotos repletos de servidores e ferramentas de rede -- um pacote de serviços que a Beachbody, que tem sede em Santa Mônica, Califórnia, atualmente compra da líder em computação em nuvem, a Amazon.com.

Frias ficou intrigado. A Oracle progrediu muito no desenvolvimento de um produto capaz de competir com a Amazon, disse ele. "Eles estão se saindo incrivelmente bem, muito melhor" que antes, disse ele a respeito do discurso de venda da Oracle na conferência Oracle OpenWorld, em setembro. Mas Frias, cuja companhia produz os vídeos de preparação física caseira de alta intensidade P90X, ainda não tomou uma decisão.

Dezenas de milhares de empresas são fiéis ao Amazon Web Services e não será fácil para a Oracle reduzir a liderança da Amazon no mercado de computação em nuvem pública. Isso não está impedindo que os CEOs da Oracle, Mark Hurd e Safra Catz, destinem bilhões de dólares a grandes apostas em aquisições, novas contratações e novos produtos para levar adiante o plano de Ellison de avançar no setor.

Na segunda-feira, eles conseguiram uma líder da computação em nuvem quando a Oracle concluiu a aquisição de US$ 9,3 bilhões da NetSuite, empresa especializada em softwares financeiros. Com essa última aposta, haverá menos concorrência com rivais mais antigas, como a SAP -- e mais com a Amazon, o Google e até com a Microsoft.

"Essa aquisição faz parte de uma estratégia maior", disse Hurd, em entrevista. "Estamos no meio de uma transição muito significativa no setor de TI."

Crescimento rápido

Hurd pode citar a melhora dos números. A taxa de crescimento dos negócios em nuvem da Oracle acompanhados mais de perto -- incluindo aplicativos para finanças, recursos humanos e bases de dados -- subiu para 77% no trimestre que terminou em 31 de agosto, superando os 66% do período anterior. Esses ganhos ultrapassam os registrados por rivais importantes, mas partem de uma base menor.

Mas a transição está apenas no início e deveria ter começado antes, dizem alguns analistas. A receita com computação em nuvem ainda não alcançou 15% das vendas globais -- sendo insuficiente, por enquanto, para sustentar os resultados.

Como os produtos tradicionais perderam força, as vendas totais da companhia ficaram abaixo das estimativas, subindo 1,7% no trimestre que terminou em agosto. Este foi mais um lembrete de que a mudança para a nuvem tem sido desigual e não é fato consumado.

"A Oracle hesitou um pouco; agora, não hesita mais", disse Dave Bartoletti, analista da Forrester Research. "Esta é a única opção que existe para a Oracle. Todo o dinheiro irá para softwares em nuvem e infraestrutura de nuvem nos próximos 10 anos.