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Você ganha menos que um funcionário novo do Vale do Silício?

Polly Mosendz

06/12/2016 12h34

(Bloomberg) -- A concorrência para atrair profissionais de engenharia continua feroz no Vale do Silício. Os gigantes do setor oferecem aos recrutados escritórios esplendorosos e cafeterias gourmet junto com os benefícios corporativos habituais, como associação a academias de ginástica e contas de despesas. Mas não há nada como o bom e velho dinheiro para seduzir os melhores profissionais.

Os salários de estágios em engenharia e gestão de produto podem superar US$ 6.000 por mês, mas os salários de tempo integral são ainda mais impressionantes. De acordo com dados coletados por Jesse Collins, um estagiário do Vale do Silício que se tornou funcionário, o salário médio anual de um trabalhador em seu primeiro ano no Vale do Silício supera US$ 105.000, mais um bônus de quase US$ 13.000 em ações e cerca de US$ 26.000 em dinheiro. O índice nacional de salários dos EUA é de US$ 48.098,63, segundo os dados mais recentes compilados pela Administração da Segurança Social desse país em 2015, ou cerca de um terço do que poderia ganhar um engenheiro iniciante no Facebook ou na Amazon.com.

Collins, de 26 anos, estudante de Ciência da Computação na Universidade de Purdue, nos EUA, decidiu registrar o que estava sendo oferecido aos seus colegas engenheiros por seus primeiros empregadores. (Um amigo dele, Rodney Folz, reuniu um conjunto similar de dados sobre remuneração de estágio no Vale do Silício no início deste ano.) Usando um Formulário Google, Collins coletou 290 supostas ofertas de empresas importantes. Os dados foram enviados por uma combinação de pessoas que se identificaram como universitários já formados ou ainda estudantes, além de dois estudantes sobressalentes do ensino médio. O formulário foi compartilhado em um eminente grupo de jovens engenheiros no Facebook, em fóruns universitários e no Reddit.

As respostas foram anônimas e, embora a maioria dos participantes tenha recebido ofertas de trabalho de engenharia de software, alguns deles se identificaram como analistas e gerentes. A maioria dos participantes se identificou como estudante universitário do sexo masculino. Assim como em qualquer pesquisa feita pela internet - especialmente as supostamente anônimas --, é possível que existam dados incorretos. Por exemplo, Collins disse que um participante afirmou ter recebido cinco ofertas de grandes empresas de tecnologia. Embora não seja impossível, é algo raro, na melhor das hipóteses e falso, na pior.

Na tentativa de corroborar esses dados autodeclarados, a Bloomberg comparou o conjunto de dados de Collins com o salário médio registrado pela Glassdoor, que monitora salários. O site listou o salário base do Facebook em US$ 120.345, um pouco acima do número de Collins, mas os bônus em ação e em dinheiro foram consideravelmente inferiores na Glassdoor, de US$ 21.450 e US$ 14.333, respectivamente. Uma fonte com conhecimento do assunto disse que o valor dos salários no Facebook se aproxima mais do registrado pela Glassdoor do que do conjunto de dados de Collins. (Uma porta-voz do Facebook não quis comentar, mencionando uma política corporativa de não falar sobre a remuneração de funcionários.) O número da Glassdoor para o salário do Snap foi similar ao de Collins, assim como o salário do Twitter e do Uber, mas os valores dos bônus diferiram. (O Twitter preferiu não comentar e o Snap não deu retorno aos pedidos de comentário. O Uber não quis comentar, mas uma fonte com conhecimento do assunto indicou que os números do conjunto de dados de Collins estão corretos.)