Análise: Alibaba precisa tomar medidas reais contra falsificações
(Bloomberg) -- Os executivos da Alibaba Group Holding derramaram lágrimas de crocodilo na quinta-feira depois que o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) incluiu a gigante do comércio eletrônico em sua lista de malcomportados.
Taobao.com está entre os 21 sites classificados como Mercados Virtuais Famigerados -- junto com The Pirate Bay, o serviço de armazenamento de arquivos 4Shared.com e o provedor de streaming de vídeo BeeVideo.tv -- devido ao "grande volume de bens supostamente falsificados e pirateados disponível e aos desafios que os titulares dos direitos enfrentam para eliminá-los e evitar vendas ilícitas", escreveu o USTR em uma análise extraordinária de mercados virtuais e físicos que têm fama de acolher produtos falsificados.
A Alibaba alega que vem se empenhando para acabar com as imitações e gastou muita tinta digital tentando convencer o mundo disso. No que parece ter sido uma medida preventiva -- o USTR havia solicitado observações em agosto --, a Alibaba emitiu na semana passada um comunicado à imprensa alegando que "os produtos falsificados podem correr, mas não conseguirão se esconder do big data da Alibaba", mencionando uma batida policial que aconteceu há cinco meses.
Qualquer que tenha sido a campanha empreendida pela Alibaba antes da publicação, ela não conseguiu evitar que a empresa fosse denunciada publicamente, e sua resposta soou mais como a queixa de uma criança insolente do que como as palavras ponderadas de uma companhia internacional madura. A seguir, parte da declaração de três parágrafos emitida pelo presidente do grupo, Michael Evans:
"Nossos resultados falam por si mesmos. Infelizmente, a decisão do USTR nos leva a questionar se o USTR agiu com base nos fatos reais ou se foi influenciado pelo clima político atual."
Talvez o Sr. Evans não use o Taobao pessoalmente, ou talvez estivesse ocupado demais enxugando aquelas lágrimas, mas uma pesquisa rápida bastou para que eu conseguisse encontrar evidências de que as imitações persistem. Se você deseja que o mundo leve a sério suas iniciativas para acabar com os produtos falsificados, o mínimo que pode fazer é uma pesquisa na biografia de seu próprio fundador e presidente do conselho para ver como os produtos falsificados conseguem se esconder de suas análises de big data.
Responsabilizar a política interna dos EUA por ter sido colocada sob os holofotes também é muito pouco convincente. Tenho certeza de que não foi nenhum dos candidatos à presidência dos EUA que publicou capturas de tela de ofertas da Amazon.com para ajudar a vender livros eletrônicos a preço de banana.
A Alibaba usa dados estatísticos impressionantes para alegar que está progredindo, mas eles são inúteis diante das provas de que qualquer um pode encontrar produtos falsificados facilmente.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.
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