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Pemex conta com reajuste dos combustíveis para reduzir perdas

Amy Stillman e Nacha Cattan

26/12/2016 13h56

(Bloomberg) -- O México teria de aumentar significativamente os preços da gasolina para parar de subsidiar o custo do combustível por meio de sua endividada estatal de petróleo.

O preço da gasolina sem chumbo vendida pela Petroleos Mexicanos (Pemex) no atacado teria de subir em pelo menos 1,15 peso por litro para que a estatal consiga eliminar as perdas antes dos impostos de suas importações, segundo cálculos da Bloomberg, com base nos preços médios de referência nos Estados Unidos em dezembro e no que a empresa está cobrando de seus clientes. O preço da gasolina premium teria de ser reajustado em 1,31 peso por litro, e o diesel em 1,65 peso.

O governo do México está prestes a remover gradualmente o controle sobre os preços da gasolina a partir do ano que vem. A medida não poderia vir em melhor hora para a petrolífera, já que executivos da Pemex dizem que o custo de subsidiar os preços dos combustíveis para os consumidores se tornou insustentável. Com a dívida da Pemex ao redor de US$ 100 bilhões e uma menor produção de petróleo, em queda há 11 anos, a petrolífera só não teve perdas com as importações de gasolina em dois meses este ano.

O subsídio implícito é uma "carga onerosa" para a Pemex, disse o vice-ministro de Energia Aldo Flores, em entrevista por telefone em 22 de dezembro. Flores destacou que o preço da gasolina poderia subir em dois dígitos em 2017 em meio ao ajuste do México ao mercado livre e à alta dos custos dos insumos. Um porta-voz da Pemex não quis comentar o assunto.

O prejuízo total da Pemex relacionado às vendas de gasolina deve ultrapassar 50 bilhões de pesos este ano, segundo cálculos da Bloomberg. Embora o custo da produção de combustíveis no México não seja divulgado, mais da metade da gasolina e diesel vendidos no país vem do mercado externo.

Vender combustíveis abaixo dos preços praticados no mercado internacional não é uma prática nova, mas as mudanças regulatórias realizadas no começo deste ano transferiram as perdas para a Pemex, e não para o governo, que anteriormente absorvia o subsídio implícito.