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Gasoduto Transco da Williams é joia do gás natural nos EUA

Tim Loh

05/01/2017 14h55

(Bloomberg) -- O CEO da Williams, Alan Armstrong, possui algo que todo mundo quer. E ele sabe disso.

"É uma mina de ouro", diz ele. "É insubstituível".

Cerca de 67 anos após sua construção desde a costa do Golfo do Texas até a cidade de Nova York, o gasoduto Transco continua sendo a joia da coroa do setor de gás natural, alimentado pela região mais rica em xisto dos EUA. Nos últimos 12 meses, o fascínio desse sistema de 16.800 quilômetros ajudou a gerar duas ofertas de aquisição malsucedidas da Williams, umenfrentamento entre Armstrong e o magnata de oleodutos bilionário Kelcy Warren e um êxodo em massa do conselho da empresa.

Agora, que o Transco está em processo de reengenharia para fluir para o sul e para o norte, osinvestidores estão apostando em que pode haver mais ofertas de aquisição. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu um futuro favorável para os combustíveis fósseis, mas a oposição a projetos de energia é mais forte do que nunca, o que agrega valor aos sistemas jáexistentes. E nenhum deles iguala o Transco.

"Esse é provavelmente o melhor gasoduto dos EUA", disse Rob Thummel, diretor administrativo do Tortoise Capital Advisors, um fundo com uma participação de US$ 572,5 milhões na Williams em 30 de setembro. A empresa é "um candidato muito, muito atraente", disse ele.

Visão de autonomia

Armstrong apresentou uma visão da Williams como empresa autônoma. A companhiaprovavelmente não comprará ativos novos porque tem projetos de crescimento suficientes, disse ele em entrevista por telefone em novembro. Um deles é o Atlantic Sunrise, uma expansão de cerca de US$ 3 bilhões e de 300 quilômetros do Transco no leste da Pensilvânia,que a Williams projeta colocar em serviço no ano que vem.

A rota é o que diferencia o Transco. O gasoduto começa perto de Corpus Christi, Texas, alimentando usinas na Costa do Golfo até chegar a Atlanta e Charlotte e acabar em Nova York.Ao longo do caminho, ele se estende para as formações de xisto de Utica e Marcellus que, em apenas seis anos, surgiram como a maior região produtora de gás dos EUA.

Lynn Good, CEO da Duke Energy, em uma entrevista recente descreveu o gasoduto Transco da Williams como um "ativo incrivelmente estratégico" e disse que sua empresa é uma das maiores clientes. Quando perguntada se gostaria de ser dona do gasoduto, ela riu: "Você sabe, hoje o dono é a Williams."

Em junho, Kelcy Warren, fundador da Energy Transfer Equity, cancelou uma tentativa de aquisição da Williams após o colapso dos preços do petróleo. As duas empresas ainda estão lutando nos tribunais sobre as taxas de rescisão. Algumas semanas depois, Jim Teague, CEO da Enterprise Products Partners, fez sua própria oferta - que foi rejeitada, segundo a Enterprise. Isso preocupou os investidores, entre eles o ativista Keith Meister, da Corvex Management.

Keith Meister foi um dos seis diretores que saíram do conselho da Williams em julho.