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Gestão de riqueza na Argentina entra na mira do Itaú

Katia Porzecanski, Carolina Millan e Cristiane Lucchesi

18/01/2017 13h43

(Bloomberg) -- O Itaú está decidindo se expandirá suas atividades de gestão de riqueza na Argentina para aproveitar o dinheiro que está voltando para o país graças a um programa de anistia para sonegadores de impostos.

O banco brasileiro vai criar uma equipe com seu chefe de gestão de riqueza, Flávio Souza, para analisar a ideia durante os próximos 12 meses, disse Ricardo Villela Marino, CEO para a América Latina, em entrevista na terça-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Os argentinos declararam US$ 98 bilhões no programa em 2016, informou o diretor da receita federal do país no início deste mês, superando uma projeção original de US$ 20 bilhões. Os argentinos podem continuar a declarar ativos até 31 de março. O plano de anistia fiscal do presidente Mauricio Macri, divulgado em maio, pretende capturar uma receita estimada em até US$ 500 bilhões, de acordo com a Rede de Justiça Fiscal da América Latina e do Caribe, para aumentar a receita do governo e o investimento local em meio à recessão.

"O programa de anistia foi bastante bem-sucedido", disse Marino, acrescentando que ele vê "uma enorme oportunidade para fluxos de entrada".

A previsão é de que o sistema financeiro argentino crescerá 10 por cento após os fluxos de entrada do programa, disse o ex-ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat-Gay, no dia 8 de novembro.

Julius Baer

UBS, Julius Baer Group e BTG Pactual são alguns dos outros bancos que estão considerando negócios de gestão de riqueza na Argentina. Instituições locais, incluindo o BBVA Banco Francés, também informaram que vão procurar ampliar suas opções de investimento.

Os participantes do plano de anistia fiscal têm a opção de manter seus ativos no exterior e pagar uma multa, por isso o desafio será criar produtos atraentes que estimulem a demanda para que o dinheiro volte ao país, disse Marino.

"A principal oportunidade será o setor de gestão de fundos na Argentina", disse ele. "Queremos desenvolver o setor para que seja tão forte quanto o que temos no Brasil."

O Goldman Sachs Group também está avaliando abrir uma unidade local de gestão de riqueza na Argentina, disse Marc Nachmann, diretor para a América Latina da instituição com sede em Nova York, em uma entrevista no fim do ano passado. A decisão dependerá dos resultados do programa de anistia fiscal e de quanto dos fundos declarados entrará nos mercados locais do país.