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Para melhor analista, minério de ferro ficará abaixo de US$ 50

Jasmine Ng

24/04/2017 10h22

(Bloomberg) -- O minério de ferro está destinado a ficar novamente abaixo de US$ 50 a tonelada no ano que vem porque a oferta continuará subindo, segundo o principal analista do metal, que alertou que a redução dos preços provavelmente incentivará a venda dos estoques.

A matéria-prima cairá para uma média de US$ 62 no terceiro trimestre e para US$ 59 nos últimos três meses do ano antes de atingir um mínimo de US$ 41 ao longo de 2018, disse Justin Smirk, economista sênior da Westpac Banking Corp. A Westpac ficou em primeiro lugar na previsão de preços no primeiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O minério de ferro oscilou fortemente na semana passada após chegar perto do menor patamar em seis meses porque os investidores viram sinais de força na China, país que é o maior usuário da matéria-prima, entre eles a produção recorde de aço em março frente a projeções de aumento da oferta. As principais mineradoras, incluindo a brasileira Vale, estão trazendo capacidade nova ao mercado e reforçando as vendas internacionais enquanto as mineradoras da China estão recuperando a produção. Smirk disse que houve um enorme aumento da oferta chinesa.

"Com o aumento da oferta e a queda dos preços, as pessoas começarão a questionar se vale a pena manter os estoques", disse Smirk, em entrevista por telefone, na sexta-feira. "Os sinais agora estão empurrando em uma direção: vamos ter alguma volatilidade, mas o impulso tem uma tendência de queda agora."

Após o fim de uma semana volátil, o minério de ferro à vista com 62 por cento de teor ferroso em Qingdao caiu 2,5 por cento na segunda-feira, para US$ 66,53 a tonelada, segundo a Metal Bulletin. A commodity -- que atingiu US$ 94,86 em fevereiro -- ficou em uma média de US$ 86 nos três primeiros meses e de US$ 72,32 neste trimestre. Os futuros caíram em Dalian e Cingapura, com o contrato SGX AsiaClear em queda de até 3,9 por cento.

A perspectiva da Westpac, que tem sede em Sidney -- que também ficou em primeiro lugar na projeção dos metais de base --, contrasta com a visão do Australia & New Zealand Banking Group de que os preços se manterão entre US$ 70 e US$ 80 no restante do ano. Muitos outros bancos estão pessimistas, incluindo o Barclays, que afirmou em uma nota na segunda-feira que embora possa se recuperar a curto prazo, o minério de ferro cairá para perto de US$ 50 no quarto trimestre com a piora dos fundamentos.

O Goldman Sachs atribuiu a queda recente do ferro ao consumo dos estoques pelas usinas, ao fato de as traders estarem sendo forçadas a vender posições porque os preços começaram a cair e também ao declínio das margens do aço, segundo um relatório de 20 de abril. No início do mês, o banco sinalizou perspectivas de fraqueza do minério de ferro no segundo semestre.