Mulheres chinesas optam por trabalhar e não ter filhos
(Bloomberg) -- A bomba-relógio demográfica da China continua fazendo tic-tac.
Mesmo depois de o governo ter aberto o caminho para que os casais tenham um segundo filho, as mulheres que trabalham fora de casa relutam em ampliar a família -- ou simplesmente em ter filhos.
É o que aponta uma nova pesquisa do Zhaopin.com, um dos maiores websites de recrutamento on-line do país, que revelou que cerca de 40 por cento das mulheres que trabalham fora de casa e não têm filhos não querem ter nenhum herdeiro e que aproximadamente dois terços daquelas que têm um filho não querem ter um segundo. Em grandes cidades como Pequim e Xangai os custos de vida elevados, as longas jornadas de trabalho e as despesas cada vez maiores ligadas à criação dos filhos são impeditivos para que mais mulheres se tornem mães.
O fenômeno não é exclusivo da China, dadas as pressões enfrentadas pelas mulheres que trabalham fora de casa em todo o mundo. Mas é particularmente agudo na segunda maior economia do mundo devido ao rápido envelhecimento de sua população. As mais de três décadas da política de filho único deixaram o país com muito poucos jovens para apoiar uma população idosa em expansão, o que está prejudicando a competitividade do país e pesando sobre o sistema de previdência social.
Após anunciarem a regra dos dois filhos em outubro de 2015, as autoridades estimaram um aumento de quatro milhões de nascimentos adicionais por ano até 2020 -- mas no ano passado o número de nascimentos cresceu apenas 1,31 milhão em relação ao ano anterior, para 17,86 milhões. Isso levou o governo a considerar medidas como "recompensas e subsídios para nascimentos" para ajudar a incentivar mais pessoas a terem outra criança.
No entanto, a China continua longe de fornecer pacotes de incentivos como os que são vistos em Cingapura ou na Alemanha e sua rede de segurança porosa oferece pouca ajuda para as famílias que não podem pagar a educação ou os cuidados de saúde das crianças.
Ter filhos também pode provocar verdadeiros prejuízos financeiros ou de carreira. A pesquisa constatou que 33 por cento das mulheres tiveram o salário reduzido após o parto e que 36 por cento foram rebaixadas.
Entre as principais razões citadas para não ter filhos na pesquisa do Zhaopin.com estão "não tenho tempo e energia suficientes" e "é muito caro criar filhos".
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