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Brasil é atraente demais para investidor temer crise

Ksenia Galouchko

22/05/2017 12h30

(Bloomberg) -- Os ativos brasileiros são bons demais para serem ignorados.

É o que dizem alguns dos maiores gestores de recursos do mundo, que preveem que a investigação envolvendo o presidente Michel Temer não tirará a recuperação econômica do País dos trilhos. A moeda brasileira se recuperou na sexta-feira quando a nova crise política envolveu Temer e levantou a possibilidade de impeachment.

* Mark Mobius, presidente-executivo do conselho da Templeton Emerging Markets Group:

"Este definitivamente é o momento para otimismo com o Brasil. O momento atual, com o recuo, é uma oportunidade incrível."

* Bryan Carter, chefe de renda fixa para mercados emergentes da BNP Paribas Investment Partners em Londres, que comprou dívidas do Brasil quando os preços caíram, na semana passada:

"As fortes baixas são simplesmente oportunidades de compra, e o que está acontecendo no Brasil é positivo para as instituições a longo prazo. Essa investigação provou a independência do Judiciário, do procurador-geral, da polícia e do Supremo Tribunal Federal, que se mostraram livres de pressão presidencial. Que outro mercado emergente pode ostentar instituições tão fortes? A democracia brasileira está mais forte que nunca. Isto é muito, muito positivo a longo prazo."

* Viktor Szabo, gerente de recursos da Aberdeen Asset Management em Londres, cujo fundo está overweight em relação às dívidas locais do Brasil:

"Ainda existe uma chance de Temer sobreviver e realizar as principais reformas. Continuaremos overweight em relação à dívida local do Brasil, porque o panorama macro fundamental não mudou (reequilíbrio externo, desinflação) e apesar de as finanças do governo ainda não estarem em um caminho sustentável. O Brasil oferece um enorme rendimento real."

* Eric Vanraes, gerente de fundo de renda fixa da EI Sturdza Investment Funds em Genebra:

"Temos uma exposição de 7 por cento puramente em títulos corporativos e estamos esperando um enorme aumento do diferencial para reinvestir, porque a longo prazo trata-se de uma oportunidade de compra. Não vendemos nem compramos na semana passada, estamos monitorando o Brasil. Não importa o nome do presidente do Brasil, essa economia vai crescer."

* Amer Bisat, gerente de recursos de mercados emergentes da BlackRock em Nova York:

"A situação é variável e está evoluindo, e estamos avaliando nosso posicionamento com base nas consequências da situação política e em como as autoridades econômicas (especialmente o Banco Central) reagirão. O choque político é profundo."