Por dentro da mansão de férias da família mais rica do mundo
(Bloomberg) -- Quando William Waldorf Astor comprou uma casa de férias nas falésias de Sorrento, em 1905, ele era uma das pessoas mais ricas do planeta. Seu bisavô havia feito fortuna transformando uma empresa de peles em um império imobiliário e as seguintes gerações Astor haviam conseguido expandir seu portfólio para jornais, importações/exportações e incorporações imobiliárias, entre as quais o Waldorf Astoria Hotel em Nova York.
A aquisição da propriedade por Astor por 110.210 liras não acabou com seus recursos. Na época, ele também possuía a Cliveden House, uma enorme mansão palladiana em Buckinghamshire, Inglaterra, adquirida por US$ 1,25 milhão; a 18 Carlton House Terrace, uma mansão de 6.200 metros quadrados com vista para o St. James Park, em Londres; e o Hever Castle, em Kent, que foi originalmente construído para a família de Ana Bolena. Astor teria investido 10 milhões de libras -- (cerca de US$ 110 milhões hoje) -- na reforma.
A casa em Sorrento, apesar de não ser tão grandiosa quanto os outros palácios de Astor, se tornou uma espécie de projeto de estimação. Após reformar a casa entre 1905 e 1908, ele começou a comprar lotes de terra dos arredores para cultivar um exuberante jardim botânico. Ele também construiu uma recriação de uma mansão pompeana nos limites do terreno, que foi posteriormente preenchida com antiguidades de valores inestimáveis.
Astor morreu em 1919 em uma época na qual o governo italiano -- não exatamente um exemplo de defesa à preservação àquela altura -- declarou que as antiguidades e os jardins eram uma parcela tão importante do patrimônio do país que precisavam continuar intocados.
Após passar da família Astor para o governo italiano, a casa foi adquirida pelo magnata da navegação Mario Pane e por sua esposa Rita nos anos 1970. Eles a mantiveram por mais de três décadas e a venderam em 2012.
O novo dono da propriedade contratou o designer de interior Jacques Garcia para restaurar e atualizar a mansão; após um esforço de vários anos, eles comemoraram os interiores renovados com o livro Villa Astor: Paradise Restored on the Amalfi Coast (US$ 65).
Quando Astor comprou a mansão de 16 quartos, em 1905, ela era de propriedade de um nobre italiano. Logo depois, Astor adquiriu um mosteiro e uma igreja medieval localizados ao lado e os derrubou. Ele adicionou piso de parquet e tetos pintados à mão e mandou fazer uma piscina e vários hectares de jardins. Astor construiu até uma sala de jantar toda envidraçada para que seus convidados tivessem uma visão aberta de Nápoles e da ilha de Ischia.
Sua adição final à propriedade foi a mansão "pompeana", decorada com colunas jônicas e afrescos neoclássicos do artista romano Mario Spinetti (1848-1925). Astor, que àquela altura havia rebatizado a mansão de Villa Astor, chamou a construção falsamente pompeana de "Villa Florus" e a preencheu de artefatos que haviam sido retirados das escavações de Pompeia.
Agora, com a intervenção de Garcia, um designer de interiores de Paris que também trabalhou nos interiores de Versailles, a casa foi trazida de volta àquilo que Lord Astor of Hever, bisneto de William Waldorf Astor, disse na introdução do livro ser "o sonho realizado de [William Waldorf] durante a parte final de sua vida, quando deu rédea livre à imaginação".
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