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Nova missão de Zuckerberg para o Facebook: aproximar o mundo

Sarah Frier e Max Chafkin

23/06/2017 10h58

(Bloomberg) — O Facebook não quer apenas "conectar o mundo". O CEO Mark Zuckerberg escreveu uma nova declaração de missão: "dar às pessoas o poder de construir uma comunidade e aproximar o mundo".

Zuckerberg tem repensado o papel do Facebook, em resposta à ascensão do isolacionismo e do nacionalismo e ao declínio da adesão a grupos comunitários locais em todo o mundo. Conectar pessoas no Facebook, que, segundo Zuckerberg, agora está "muito perto" de ter 2 bilhões de usuários, deveria facilitar a criação de vínculos entre culturas e ideologias. Em vez disso, as eleições governamentais nos últimos anos mostraram uma polarização profunda ? e o Facebook foi envolvido no debate, criticado porque sua plataforma tem contribuído para a disseminação de notícias enganosas e ideologia extremista.

"Nossa missão de conectar as pessoas não deveria gerar controvérsias", disse Zuckerberg em entrevista à Bloomberg. "Então, agora a questão é por que isso gera controvérsias e como reconstruir isso?"

Zuckerberg acredita que parte da resposta consiste em facilitar laços mais profundos entre os usuários no Facebook, que talvez não tenham começado como parte das mesmas famílias ou dos mesmos grupos de amigos. A nova declaração da missão foi revelada na primeira Cúpula das Comunidades do Facebook, realizada em Chicago, na quinta-feira, com o objetivo de estimular os administradores dos Grupos do Facebook. Zuckerberg diz que agora considera esses administradores tão importantes para o Facebook quanto seus desenvolvedores de software e anunciantes.

A Cúpula das Comunidades do Facebook foi concebida como uma versão muito menor do f8, o principal evento do Facebook para os desenvolvedores e a imprensa. Essa conferência de dois dias para desenvolvedores atraiu milhares de participantes quando foi realizada em abril e foi a vitrine de uma série de anúncios de produtos relacionados a ferramentas de câmera e realidade aumentada. O evento de ontem se estruturou em torno de uma série de oficinas destinadas a ensinar 300 moderadores a usar novas ferramentas de comunidades do Facebook, uma das principais maneiras pelas quais a empresa espera abordar a controvérsia em torno do papel do serviço em uma democracia saudável.

Zuckerberg anunciou várias ferramentas novas para o serviço de Grupos do Facebook. Os recursos visam a oferecer aos moderadores, organizadores não remunerados de grupos no Facebook, mais poder para policiar spam e discurso de ódio nos grupos, ou simplesmente para que um grupo não perca o foco. Zuckerberg disse que o Facebook adicionaria ferramentas aprimoradas de análise de dados para ajudar os moderadores a entender, por exemplo, quais membros estão mais comprometidos e um software que facilita a eliminação de publicações quando necessário.

O Facebook afirmou que pretende ter 1 bilhão de pessoas envolvidas em "grupos significativos".

"Se conseguirmos, isso não apenas reverterá o declínio da participação em comunidades que observamos na última década, mas também fortalecerá nosso tecido social global e aproximará o mundo", disse Zuckerberg durante seu discurso.

Zuckerberg esteve viajando pelos EUA, como parte do desafio pessoal de visitar todos os 50 estados. Durante a viagem, ele conheceu vários líderes da comunidade que forneceram comentários sobre os Grupos e sobre quanto tempo demora para vetar membros e organizar ações.

"É uma quantidade de trabalho imensa, e essas pessoas estão fazendo malabarismos para dar conta do recado", disse ele na entrevista. "Fico pensando, se facilitarmos isso, quantas outras comunidades assim poderiam ser criadas?"

Título em inglês: Zuckerberg's New Mission for Facebook: Bringing the World Closer