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Passe férias com amigos de Putin em um lugar secreto na Rússia

Nikki Ekstein

10/07/2017 13h18

(Bloomberg) -- Muitas cidades do Anel de Ouro da Rússia ? uma pequena rede de vilarejos antigos que parecem saídos de contos de fadas e ficam ao nordeste de Moscou ? têm conexões com os imperadores e czares do país. Ivan, o Terrível, passava férias na cidade de Yaroslavl, do século XI; Pedro, o Grande, cresceu em Pereslavl; dizem que os Romanovs tinham vínculos com a cidade de Kostroma.

"Onde quer que você olhe, tem histórias sobre lutas de poder ou intriga política", disse um monge local à revista South China Morning Post em 2015.

Mas uma das cidades do Anel de Ouro não esteve afetada pela história política... até agora.

Plyos, uma cidade mercante medieval às margens do Volga com apenas 2.000 moradores permanentes, raramente esteve no centro das atenções desde que foi fundada pelos eslavos no século X. Suas tentativas de fama variam de características obscuras (talentosos produtores de linho! Excelente dourada defumada!) a aspectos significativos culturalmente ? a cidade foi uma fonte de inspiração para o grande pintor de paisagens Isaac Levitan.

No entanto, agora em 2017, Plyos atrai uma fatia cada vez maior do interesse nacional. Por exemplo, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev tem passado férias regularmente em um amplo complexo que fica a poucos quilômetros da rua principal da cidade ? e é completo, com pista de esqui e teleférico, um lago artificial, diversos heliportos e uma cerca de 6 metros de altura para ocultar tudo isso (oficialmente, trata-se de uma residência governamental protegida).

E Medvedev é apenas um dos vários turistas ilustres do local. O ex-embaixador russo em Washington possui uma datcha em Plyos, assim como o ex-governador de São Petersburgo e o assessor nacional de segurança do presidente Vladimir Putin (a cidade fica em um ponto equidistante entre as duas maiores cidades da Rússia). Não é uma surpresa que os empresários mais ricos do país agora estejam arrebatando casas de fim de semana. Segundo rumores, até mesmo o próprio Putin está encomendando uma casa na região.

Como chegar

O especialista em viagens Greg Tepper disse que dos 1.500 visitantes americanos que ele manda para a Rússia por ano, apenas uns 20 vão para Plyos ? esse destino ainda não é popular entre sua clientela. Mas deveria ser, disse ele.

"Não há nenhum outro lugar como esse na Rússia", disse ele à Bloomberg. "Você pode almoçar com vista para o Volga, ir a concertos locais, hospedar-se em datchas com chefs particulares talentosos e hortas orgânicas." É o retrato de uma pequena cidade russa idílica que ainda parece autêntica, explicou. "É absurdamente charmosa. E tem um monte de bilionários às voltas por aí. É uma experiência muito singular."

Você pode chegar lá de helicóptero, como a maioria dos visitantes frequentes; senão, terá que pegar um trem rápido de Moscou e depois um carro, um trajeto que leva quatro horas ao todo.

Programe uma estadia de três noites para vivenciar tudo o que a cidade tem para oferecer: longos passeios a pé, refeições sem pressa em sua datcha e nas cafeterias das redondezas, uma passadinha pelo museu de Levitan ou pelas oito igrejas históricas da região, visitas às casas de defumação de dourada e antigas estações náuticas, e passeios de iate pelo Volga.