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China acaba de produzir maior quantidade de aço da história

Bloomberg News

17/07/2017 10h37Atualizada em 21/07/2017 09h52

(Bloomberg) -- A velha economia da China mostra um vigor bastante renovado. A produção de aço e alumínio bateu um recorde no mês passado, com usinas e fundições ampliando projeções para os produtos usados em edifícios, carros e eletrodomésticos, enquanto o governo de Donald Trump nos EUA estuda medidas para reduzir as importações.

A produção de aço bruto foi de 73,23 milhões de toneladas em junho, 5,7 por cento mais que no ano anterior, e subiu 4,6 por cento no primeiro semestre, para 419,75 milhões de toneladas, informou a agência de estatísticas na segunda-feira. A oferta de alumínio subiu 7,4 por cento no mês passado, para 2,93 milhões de toneladas, e avançou 8,8 por cento no semestre, para 16,84 milhões de toneladas. A China é a maior fabricante mundial de ambos.

O desempenho sem precedentes da indústria de metais do país surge depois que o produto interno bruto da China superou as estimativas no segundo trimestre. As usinas siderúrgicas do país estão em um ponto certo, em que as fornecedoras de maior porte estão ampliando a produção depois que a repressão ao setor informal gerou escassez de alguns produtos, ajudando os preços. O alumínio também avançou neste ano e as autoridades da China estão tentando reduzir a capacidade desatualizada em um momento em que mais plantas são adicionadas.

"As siderúrgicas estão operando em ritmos muito elevados e podemos ver que os fornos elétricos estão ampliando a produção em meio a boas margens", disse Yu Chen, analista da Mysteel Research, de Xangai. "A demanda também superou as expectativas. Vemos vendas de imóveis, de infraestrutura e de automóveis muito boas em junho."

Os preços do aço estão em uma sequência positiva na China. Os futuros dos vergalhões de aço subiram 27 por cento na Bolsa de Futuros de Xangai neste ano e fecharam na segunda-feira perto do maior nível de fechamento desde 2013 e os futuros das bobinas de aço deram um salto de 12 por cento em relação ao fim de 2016. Em Londres, o alumínio para três meses, uma referência global, subiu 14 por cento e foi negociado pela última vez a US$ 1.935,50 a tonelada.

Os preços melhores ajudaram as produtoras. A Aluminum Corporation of China, produtora estatal de alumínio conhecida como Chinalco, registrará no primeiro semestre lucro de 1,12 bilhão de yuans (US$ 165 milhões), o melhor em nove anos, segundo a 21st Century Business Herald, citando a assembleia de meio de ano da empresa. Na semana passada, a Angang Steel e a Hesteel afirmaram esperar um salto no lucro líquido.

'Isso vai acabar'

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, tem decisões pendentes para o aço e o alumínio e culpa a China pela superprodução e por criar excedentes globais. No início do mês, Trump disse a jornalistas que a China, assim como outros países, está "fazendo dumping com o aço e destruindo nossa indústria siderúrgica, fazem isso há décadas e eu vou pará-los. Isso vai acabar."

A postura surge em um momento em que os dados comerciais mostram tendências divergentes para as exportações dos dois metais. Enquanto as vendas de aço da China para o exterior encolheram 28 por cento, para 41 milhões de toneladas nos seis primeiros meses, as exportações de alumínio aumentaram 5,9 por cento, para 2,41 milhões de toneladas.

--Com a colaboração de Ranjeetha Pakiam