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Amazon lembra investidores do preço de dominar comércio on-line

Spencer Soper

28/07/2017 12h17

(Bloomberg) -- A Amazon.com lembrou os investidores que tirar consumidores das lojas físicas e dominar a indústria da computação em nuvem não é barato.

Na quinta-feira, a empresa projetou um possível prejuízo trimestral pela primeira vez em dois anos. A Amazon afirmou que está ampliando os investimentos em novos armazéns para atender a crescente demanda do comércio on-line, centros de dados para sua divisão Amazon Web Services, programação em vídeo para manter os clientes engajados e aparelhos como a linha Echo de alto-falantes ativados por voz para se manter na vanguarda do emergente mercado de casas inteligentes.

A perspectiva subestimou o alto custo do modelo de negócio da Amazon, que oferece consistentemente grandes ganhos de vendas e injeta parte desse dinheiro novamente na empresa para contratação de trabalhadores, expansão de sua presença e lançamento de novos produtos.

O diretor financeiro da empresa, Brian Olsavsky, disse que as despesas da Amazon aumentariam no segundo semestre do ano com a contratação de pessoal e a resolução de problemas nos novos armazéns para preparação para o pico da temporada de compras. É por isso que o lucro operacional projetado da Amazon no período atual varia de um prejuízo de US$ 400 milhões a um ganho de US$ 300 milhões. O último prejuízo trimestral projetado ocorreu em julho de 2015 por razões semelhantes.

O terceiro trimestre "geralmente é um período de alto investimento para as festas de fim de ano", disse ele.

Os analistas estimaram um lucro operacional de US$ 863,5 milhões e as ações caíram 4,3 por cento, para US$ 1.001,80, na negociação estendida desta quinta-feira, depois que a projeção e os lucros foram divulgados. A ação da Amazon subiu 39 por cento neste ano e mais cedo na quinta-feira o CEO Jeff Bezos ultrapassou brevemente o cofundador da Microsoft Bill Gates como a pessoa mais rica do mundo, voltando depois para o segundo lugar com o declínio das ações da Amazon.

"Os gastos são sempre uma preocupação para a Amazon, mas os investidores acabam desculpando a Amazon porque a Amazon investe em oportunidades de crescimento", afirmou Victor Anthony, analista da Aegis Capital.

A Amazon não esperou o segundo semestre para ampliar o ritmo de investimentos. As despesas do segundo trimestre aumentaram 28 por cento, para US$ 37,3 bilhões, informou a empresa com sede em Seattle, nos EUA, em comunicado.

Os investidores têm cada vez mais fé de que Bezos conseguirá manter o crescimento da Amazon entrando em novas categorias, como compras de supermercado e eletrodomésticos, e com expansão internacional. A empresa está entrando na Índia e na Austrália, acelerando os prazos de entrega para apenas uma hora para alguns produtos selecionados, adicionando novas habilidades e dispositivos à sua plataforma ativada por voz Alexa e produzindo mais filmes e programas originais. A Amazon contratou mais de 30.000 novos funcionários "nos últimos meses", disse Bezos no comunicado.

As vendas do segundo trimestre subiram 25 por cento, para US$ 38 bilhões, superando as projeções dos analistas, de US$ 37,2 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. O lucro líquido caiu para US$ 197 milhões, ou US$ 0,40 por ação, contra US$ 857 milhões, ou US$ 1,78 por ação, um ano antes. Os analistas estimavam um lucro de US$ 1,42 por ação, segundo dados compilados pela Bloomberg.

As vendas líquidas do terceiro trimestre serão de US$ 39,25 bilhões a US$ 41,75 bilhões -- crescimento de 20 por cento a 28 por cento em relação ao ano anterior. Os analistas estimaram US$ 40 bilhões.

(Atualizações com negociação de ações antecipadas no sexto parágrafo.)