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Disputa Moelis-Evercore mostra que estrelas não são fundamentais

Sonali Basak e Natasha Rausch

28/07/2017 13h49

(Bloomberg) -- Duas das assessorias de aquisições de mais rápido crescimento de Wall Street estão instaladas no alto de torres localizadas quase em frente uma da outra na Avenida Park, em Manhattan -- e se entreolham furtivamente.

De um lado, o Evercore Partners vem abocanhando participação de mercado, assessorando empresas em fusões e aquisições com uma fórmula que passou pela prova do tempo: contratar executivos que são estrelas do setor bancário e recompensá-los. O CEO Ralph Schlosstein, 66, disse a analistas, na quinta-feira, que prefere deixar cargos vazios a aceitar alguém que não seja do primeiro escalão.

Do outro lado da rua, o Moelis está ocupando mesas com profissionais mais jovens e cheios de energia. "O que não queremos é contratar o que eu chamo de 'profissionais pós-auge'", que são caros demais e já deixaram seu melhor momento para trás, disse o fundador do banco, Ken Moelis, 59, a analistas nesta semana. O negócio dele também vem subindo na tabela e despejando dinheiro em dividendos.

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Embora as ações de ambos os bancos mostrem desempenhos fortes neste ano, o Moelis ganhou vantagem nos últimos meses porque os investidores deram a bênção a sua estratégia. Incluindo dividendos, o banco produziu um retorno de 76 por cento para os acionistas nos últimos 12 meses -- contra 61 por cento no Evercore. O Moelis chegou lá, em parte, mantendo o limite sobre os custos de pessoal em meio a uma forte concorrência pelos profissionais que geram lucros. A disputa por essas pessoas se intensificou nos últimos anos porque mais executivos deixaram grandes bancos para criar butiques.

"Não há tanto talento sendo criado como antes nas empresas das quais as pessoas costumam recrutar", disse Ken Jacobs, CEO da Lazard, um banco de investimento rival. "Para as empresas que gastam toneladas de dinheiro em contratações de fora para crescer, tem sido um pouco mais desafiador."

Os porta-vozes dos dois bancos preferiram não comentar.

Nessa semana, o Moelis capitalizou com seu rali vendendo 6 milhões de ações, o que conteve o preço dos papéis. Até quinta-feira, o valor de mercado total do banco era de US$ 2,7 bilhões, cerca de 17 por cento menor que o do Evercore.

Nessa semana, os comentários dos dois bancos aos analistas evidenciaram uma de suas diferenças mais claras. E as filosofias para as contratações são evidentes em seus resultados: o Evercore normalmente gasta uma fatia maior de sua receita com salários de seus empregados. Mas gera significativamente mais dinheiro por negociador sênior. Schlosstein afirma que essa é uma característica de uma empresa de elite.

No fim das contas, os números indicam que um exército de jovens negociadores ainda pode competir com um banco que promove a afinidade pelo poder das estrelas do setor.

"O Evercore é mais forte que o Moelis, mas eles são uma espécie de número 1 e número 2, já que ambos estão tendo desempenho fortemente acima da média", disse Jeff Harte, analista da Sandler O'Neill & Partners, por telefone. O Evercore, que é mais de uma década mais antigo, "está mantendo a franquia, enquanto o Moelis ainda está meio que em construção", disse Harte.

(Atualizações com o comentário do analista em parágrafo terceiro a último.)