Barclays instala sensores na mesa dos funcionários
(Bloomberg) -- O banco inglês Barclays instalou dispositivos que monitoram quanto tempo os executivos do banco passam em suas mesas.
Gerentes foram questionados quando os funcionários do banco de investimento em Londres descobriram caixas pretas debaixo de suas mesas nos últimos meses, segundo vários funcionários do Barclays, que pediram anonimato ao falar sobre seu local de trabalho. Eram dispositivos de monitoramento chamados OccupEye, equipados com sensores de calor e movimento para registrar quanto tempo os funcionários passam em seus postos.
Os dispositivos foram "implementados em etapas" e o pessoal do Barclays e o sindicato Unite foram notificados antes da instalação, embora o banco não tenha enviado um memorando específico sobre eles, segundo o porta-voz Tom Hoskin.
Os funcionários do Barclays disseram que não se lembram de terem sido informados sobre os sensores, mas porta-vozes do banco disseram que nenhuma queixa foi apresentada oficialmente ao departamento de recursos humanos.
Os dispositivos, fabricados pela Cad-Capture, com sede em Blackburn, Reino Unido, são vendidos como um meio de as empresas identificarem como reduzir o espaço dos escritórios. Um painel multicolorido mostra aos gerentes quais postos de trabalho estão desocupados e analisa tendências de uso.
"Os sensores não monitoram pessoas nem a produtividade, eles avaliam o uso do espaço dos escritórios", afirmou o banco em uma declaração enviada por email. "Este tipo de análise nos ajuda a reduzir custos, por exemplo, administrando o consumo de energia ou identificando oportunidades para flexibilizar mais os ambientes de trabalho."
Economia
A utilização intensiva das mesas pode soar atraente como estratégia de redução de custos para o CEO do Barclays, Jes Staley, que disse que "enormes economias" devem ser feitas diminuindo a utilização de imóveis do banco. Em dezembro, o Barclays sublocou espaço para escritórios ao governo no distrito londrino de Canary Wharf, economizando assim cerca de 35 milhões de libras esterlinas (US$ 45 milhões) por ano.
"Garantiram que os aparelhos não monitoravam indivíduos nem o desempenho deles", disse Dominic Hook, funcionário nacional do Unite, em um comunicado. O sindicato "acompanhará atentamente a situação para garantir que os sensores nunca sejam utilizados para espionar os funcionários ou como forma de medir a produtividade".
Consultas a outros dez bancos com operações em Londres revelaram que o Lloyds Banking Group usa sensores de movimento parecidos.
Os aparelhos OccupEye já causaram polêmicas: o jornal "Daily Telegraph" removeu os dispositivos no dia em que foram instalados por causa das queixas dos funcionários e de um sindicato de jornalistas, que reclamaram de uma "vigilância estilo Big Brother".
O Lloyds, como o Barclays, tem reduzido seu espaço em Londres no intuito de economizar 100 milhões de libras por ano. "É importante revisar regularmente o espaço de escritórios e de trabalho", disse em um email Ross Keany, porta-voz do Lloyds. "Usamos sensores de movimento em alguns de nossos escritórios, mas também interagimos com os colegas e pedimos a opinião deles sobre o que funcionaria melhor."
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