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Carne suíça é cara em dólares e barata em tempo trabalhado

Catherine Bosley

22/08/2017 11h49

(Bloomberg) -- Os preços da carne na Suíça são difíceis de engolir à primeira vista.

Com um valor de US$ 49,68, a Suíça lidera o ranking de preços do quilo da carne da parte traseira do boi. No entanto, essa soma aparentemente elevada -- cerca de 150 por cento superior à média mundial -- parece mais razoável se considerados os salários dos habitantes locais: um trabalhador sem qualificação precisa trabalhar apenas 3,1 horas para ganhar esse valor.

O 2017 Meat Price Index é uma incursão no estudo dos níveis de preços relativos de bens e mão de obra. Segundo a Caterwings, que o publica, o custo da carne de boi, de peixe, de frango, de porco e de cordeiro nas maiores cidades de cada país foi comparado com o salário mínimo e os cálculos foram organizados por acessibilidade. Nas cidades onde não existe um salário mínimo federal, a empresa usou como parâmetro o salário médio dos trabalhadores sem qualificação.

"Isto demonstrou que a Suíça tem os preços mais elevados de carne e que a Ucrânia tem os mais baixos", afirmou a Caterwings, acrescentando que apesar dos preços baixos em alguns países uma pessoa que recebe salário mínimo precisa trabalhar muitas horas para comprar um pedaço de carne, ao passo que "os moradores da Noruega precisariam trabalhar menos de uma hora ganhando salário mínimo para comprar a mesma coisa".

Na Indonésia as pessoas precisam trabalhar 23,6 horas para comprar a mesma quantidade de carne bovina que na Suíça, embora o preço no país seja de apenas US$ 9,01. Para comprar um quilo de peito de frango na Indonésia é preciso trabalhar 7,3 horas.

No caso do peixe branco, o retardatário foi o Egito, onde o quilo dessa carne custa 44,2 horas de trabalho. O resultado contrasta com o da Suécia, onde é preciso trabalhar pouco mais de uma hora para comprar a mesma coisa, apesar do preço mais alto.

Voltando à Suíça, onde foram consumidos quase 51 quilos de carne per capita no ano passado, a disparidade de preços em relação aos países vizinhos tem estimulado o contrabando de carne pela fronteira. E a rede de supermercados Coop começou a oferecer nesta semana hambúrgueres e almôndegas de larvas de besouro como alternativa à carne bovina e suína -- mas é melhor não perguntar os preços.

Para entrar em contato com o repórter: Catherine Bosley em Zurique, cbosley1@bloomberg.net.

Para entrar em contato com a editoria responsável: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net.

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