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Traders de combustível reavaliam estratégia após Harvey

Heesu Lee, Ann Koh e Laura Blewitt

06/09/2017 16h50

(Bloomberg) -- Alguns traders que se apressaram a contratar navios para enviar combustível da Ásia para os EUA depois do furacão Harvey estão reavaliando seus planos.

Após o furacão, que desativou quase um quarto da capacidade de refino dos EUA, pelo menos cinco petroleiros foram cancelados e alguns estão sendo desviados para outros países, mostram dados da corretora de navios Ocean Freight Exchange. À medida que as usinas no litoral do Golfo do México forem reativadas e os preços caírem, a América Latina poderia acabar se tornando mais atraente como região, segundo a Energy Aspects e a Resource Economist, duas consultorias do setor. Rachel Yew, analista da OFE, diz que talvez alguns traders não tenham conseguido achar oferta após fazerem reservas provisórias.

Os cancelamentos e as realocações mostram como o Harvey continua repercutindo nos mercados globais de petróleo mesmo após ter se dissipado. O fechamento das refinarias do litoral do Golfo quando o furacão chegou ao Texas e depois à Louisiana gerou preocupação com uma escassez de combustível, que levou traders a reservarem navios para transportar combustível de outras regiões e preencher uma possível lacuna na oferta. Ainda há petroleiros contratados por traders para transportar mais de 800.000 toneladas de produtos de petróleo da Ásia, mas alguns deles estão sendo reavaliados.

"Uma parte deste material proveniente da Ásia seria realocada para a América Latina e outra parte poderia ser cancelada", disse Ehsan Ul-Haq, diretor de petróleo bruto e produtos refinados da Resource Economist, em Londres. "A maior parte da capacidade de refino dos EUA voltará gradualmente e a Europa já enviou barris adicionais de gasolina e outros produtos."

Reativação

Cerca de 2,4 milhões de barris por dia, ou 13 por cento da capacidade de refino dos EUA, reativaram ou reativarão as operações, segundo dados compilados pela Bloomberg. Cerca de 12 por cento da capacidade de processamento dos EUA ainda está parada. Com a volta da oferta, os preços do combustível estão caindo muito, diminuindo o incentivo para os traders transportarem carregamentos ao redor do mundo.

Os maiores compradores de produtos refinados dos EUA, países latino-americanos como o México e o Brasil, ficaram sem seus carregamentos normais durante mais de uma semana porque os processadores e os portos foram obrigados a fechar as exportações do litoral do Golfo dos EUA.

Após o furacão, os primeiros dois petroleiros de exportação de produtos que saíram da área de Houston se dirigiram ao Brasil. Os dois navios, o NS Point e o PTI Sextans, saíram de Texas City, no Texas, com 74.000 toneladas de produtos refinados e a data estimada de chegada é de 17 a 20 de setembro. As importações para o litoral leste do México, que normalmente vêm do litoral dos EUA no Golfo do México, estão sendo substituídas por embarques da Europa e de Nova York, mostram dados de monitoramento de navios da Bloomberg.

--Com a colaboração de Bill Lehane