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Temer quer virar página da denúncia com agenda positiva: Fonte

Rachel Gamarski, Simone Iglesias e Samy Adghirni

25/10/2017 08h00

(Bloomberg) -- Arquivada a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer nesta quarta-feira, o governo buscará encerrar o capítulo policial em que se envolveu desde maio e focar em uma agenda pragmática de medidas possíveis de serem aprovadas em acordo com o Congresso, disse um ministro próximo ao gabinete a par das conversas sob a condição de anonimato.

Para incrementar essa agenda positiva e a pedido da ala política, o Ministério do Planejamento prepara medidas voltadas ao aumento de consumo. O governo acredita que a estratégia de convencimento da população sobre a gestão Temer precisa ser sentida no bolso. 

Enquanto isso, o Executivo e o Congresso tentarão construir uma agenda conjunta microeconômica com pontos da reforma tributária, novo Fies, cadastro positivo, além de buscar formas para destravar o Minha Casa, Minha Vida e obras do Programa de Aceleração do Crescimento. "O governo não tem força para tocar qualquer coisa", disse o líder do PSD, deputado Marcos Montes (MG), que complementou: "é possível votar a reforma tributária e o licenciamento ambiental, que é fundamental para o setor produtivo brasileiro."

Na avaliação do líder do DEM, Efraim Filho (PB), o governo jogou muita luz sobre a reforma da Previdência, e deixou outros temas importantes de fora do radar, que precisam ganhar foco a partir de agora. "É preciso organizar uma pauta ágil que não seja só de reformas", disse ele à Bloomberg

Outra frente que ganhará espaço é a publicidade da agenda positiva do governo. A ideia é garantir uma abrangência nacional às ações bem-sucedidas da gestão Temer com a intenção de mostrar que, apesar de ser muito impopular, o atual governo assumiu com o país em recessão e que melhorou consideravelmente o ambiente econômico e de negócio. 

Logo após o potencial arquivamento da denúncia, o presidente Temer pretende fazer um pronunciamento à nação. Em seguida e ao longo das próximas semanas, os ministros de diversas áreas deverão usar o tempo gratuito de televisão para divulgar as ações sob seu comando.

Segundo uma fonte com acesso ao gabinete, o governo deverá também passar por recomposição a depender do apoio que Temer terá do PSDB em plenário. O presidente vem sofrendo muitas cobranças dos demais partidos aliados porque os tucanos demonstram deslealdade e ocupam postos chave no governo.