Corte de taxa de importação na China beneficiará multinacionais
(Bloomberg) -- O novo plano da China de reduzir os impostos de importação de vários bens de consumo promete melhorar as perspectivas das multinacionais no mercado chinês. Com essa medida, tudo, das fraldas da Procter & Gamble ao uísque da Diageo, será mais acessível para os consumidores locais.
As tarifas de 187 categorias de produtos cairão de uma média de 17,3 por cento para 7,7 por cento com a redução de 1º de dezembro, disse o Ministério das Finanças nesta sexta-feira em um comunicado, citando a necessidade de ajudar os consumidores a terem acesso a produtos de qualidade e especiais que não são fabricados no país.
A nova política responde ao apelo do presidente Xi Jinping no Congresso do Partido Comunista em outubro para atender às demandas dos cidadãos por um padrão de vida mais alto e por produtos de melhor qualidade no maior mercado de consumo do mundo. As multinacionais estrangeiras serão beneficiadas porque os consumidores de classe média procuram produtos de marcas internacionais. Além disso, as reduções incentivam os consumidores a gastarem dinheiro na China e não em viagens ao exterior.
"As medidas visam três objetivos: ajudar a aumentar o consumo na China, reformar a economia chinesa dando continuidade à abertura e sinalizar ao mundo, particularmente aos EUA, que o país está empenhado em promover o comércio global", disse Shane Oliver, diretor de estratégia de investimento da AMP Capital Investors em Sidney.
O consumo robusto é um estabilizador cada vez mais importante para a segunda maior economia do mundo, à medida que se afasta de um modelo de crescimento baseado em investimentos e exportações. O consumo interno contribuiu com 64,5% do PIB nos três primeiros trimestres de 2017, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas.
Os itens na lista de cortes tarifários da sexta-feira fazem parte de categorias mais amplas de bens de consumo que representaram cerca de 30% das importações totais da China em 2016, de acordo com cálculos da Bloomberg. As vendas no varejo da China totalizaram mais de US$ 5 trilhões no ano passado.
"A China está tentando encorajar mais empresas estrangeiras a venderem localmente e querem dar aos consumidores mais opções", disse Matthew Crabbe, diretor de pesquisa da Mintel International Group para a Ásia-Pacífico. "O que o país vai fazer é ajudar os produtos estrangeiros que já estão no mercado a se tornarem mais competitivos."
Uma das empresas estrangeiras melhor posicionadas para se beneficiarem é a Procter & Gamble, que obtém 8% de suas vendas na área da Grande China. A P & G, proprietária de marcas como Crest, Gillette e Tide, poderia receber um impulso com o corte de tarifas de itens como fraldas, produtos para cuidados pessoais e dentais. Por exemplo, a tarifa para a importação de escovas de dentes elétricas cairá de 30% para 10%.
A Diageo celebrou a medida, que fará com que mais chineses consumam uísque escocês, segundo seu porta-voz Chen Ye.
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