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SUV de US$ 45.000 fácil de usar evidencia ambição chinesa

Yan Zhang

08/01/2018 13h31

(Bloomberg) -- O SUV elétrico de US$ 45.000 que usa reconhecimento facial para abrir portas, a Alexa, da Amazon, para entretenimento e uma tela de 49 polegadas no painel pode dar uma ideia do futuro do setor automotivo. E também mostra o que a China está fazendo para conseguir negócios agora que o governo está tirando os carros movidos a gasolina das ruas.

A Byton, uma empresa com sede em Nanquim, na China, criada por ex-executivos da BMW, se transformou no domingo na primeira fabricante de veículos chinesa a fazer uma apresentação em grande escala na CES em Las Vegas. A XPeng Motors, respaldada por financiamento da Alibaba Group, se prepara para revelar um modelo de série na terça-feira. Isso ocorre logo depois dos lançamentos de novas empresas do setor como a NIO, apoiada pela maior empresa de tecnologia da Ásia, a Tencent Holdings, e a WM Motor Technology.

A iniciativa da China de reduzir a poluição e a dependência em relação ao petróleo importado, aliada a generosos subsídios do governo, está dando origem a dezenas de startups de automóveis de nova energia neste que já é o maior mercado de veículos do mundo. As novas fabricantes de automóveis agora têm a tarefa de roubar clientes da Tesla e de gigantes como Volkswagen e Toyota Motor, que juntas têm cerca de US$ 100 bilhões em caixa, equivalentes e investimentos de curto prazo para contra-atacar.

"A China é o maior mercado de veículos elétricos, e também o de crescimento mais rápido, mas ao mesmo tempo não possui atores internacionais e empresas que fabriquem produtos capazes de competir com os maiores atores de alto padrão do mundo", disse Daniel Kirchert, diretor de operações e cofundador da Byton, no evento de lançamento.

A China é a líder global em vendas de veículos elétricos depois de ultrapassar os EUA em 2015. As vendas de veículos de nova energia -- categoria que inclui elétricos, híbridos plug-in e carros movidos a células de combustível -- podem ter ultrapassado a casa de 700.000 unidades no ano passado e caminham para 1 milhão neste ano, disse Xu Haidong, secretário-geral adjunto da Associação de Fabricantes de Automóveis da China. Quase todos esses carros são de marcas chinesas. O governo estabeleceu uma meta de vendas de 7 milhões de veículos até 2025.

Enquanto a Volkswagen e a Toyota finalizam suas estratégias para os veículos elétricos na China, os clientes da China continental já podem comprar o NIO ES8, com autonomia de direção de 500 quilômetros por recarga, por 448.000 yuans (US$ 69.000). O valor representa pouco mais da metade do preço de 836.000 yuans do SUV Tesla Model X na China.

A mais nova concorrente é a Byton, antes conhecida como Future Mobility. Seu primeiro modelo será disponibilizado para venda no ano que vem a partir de US$ 45.000, contra um preço de US$ 35.000 do Tesla Model 3 básico. A Byton terminará sua fábrica de Nanquim no fim de 2018 e iniciará a produção um ano depois.

--Com a colaboração de Ying Tian e Sam Nagarajan