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Reino Unido proíbe microesferas para salvar oceanos do plástico

Anna Hirtenstein

09/01/2018 14h21

(Bloomberg) -- Entra em vigor nesta terça-feira a proibição do Reino Unido à fabricação de produtos com microesferas -- minúsculas partículas de plástico presentes em tudo, dos cosméticos aos xampus e pastas de dente --, um esforço para proteger a vida marinha.

"É uma satisfação que a partir de hoje as fabricantes de cosméticos sejam impedidas de adicionar esse plástico prejudicial aos produtos com enxague", disse a ministra do Meio Ambiente, Therese Coffey. "Os mares e oceanos do mundo estão entre os nossos ativos naturais mais valiosos. Estou determinada a agir agora para combater o plástico que devasta nossa preciosa vida marinha."

As esferas de plástico são adicionadas a esses produtos para agirem como esfoliantes. Normalmente elas são tão pequenas que passam por filtros de tratamento, poluindo rios com partículas que acabam sendo consumidas ou absorvidas pela vida selvagem em rios e mares.

Antes do Reino Unido, outros países tomaram medidas para proibi-las em produtos. O ex-presidente dos EUA Barack Obama assinou um projeto de lei para proibir as microesferas em produtos de enxague nos EUA em 2015. A Nova Zelândia e o Canadá também as proibiram, medidas que entraram em vigor neste ano.

A decisão do Reino Unido é "a proibição mais forte e abrangente promulgada no mundo e ajudará a impedir o fluxo de microplásticos nos nossos oceanos", disse Sue Kinsey, diretora sênior para poluição da Marine Conservation Society.

O país adicionou uma cobrança de 5 pence às sacolas plásticas nos supermercados e em outras lojas em 2015. Além disso, poderá promulgar outras iniciativas para tentar reduzir o desperdício, segundo Coffey. O próximo passo será proibir a venda de produtos com microesferas, segundo comunicado enviado por e-mail.

"Agora que atingimos este marco importante, estudaremos a ampliação de nossa proibição pioneira no mundo e combateremos outras formas de resíduos plásticos", disse ela.