China parece vencer guerra contra poluição, ao menos em Pequim
(Bloomberg) -- A China apresenta sinais de sucesso na luta contra a poluição atmosférica após forte queda dos níveis de poluição na região da capital, Pequim.
As concentrações de PM2,5 -- as minúsculas partículas que representam maior risco à saúde -- diminuíram 33 por cento em relação ao ano anterior no quarto trimestre em Pequim, Tianjin e 26 cidades vizinhas, informou o Greenpeace East Asia em relatório, nesta quinta-feira. Os níveis na capital, por si só, caíram 54 por cento. As quedas ocorrem após políticas do governo, no ano passado, que forçaram milhões de residências e empresas a trocarem o carvão pelo gás natural, de queima mais limpa.
O céu mais azul tem seu preço, já que a mudança geral para o gás natural contribuiu para a escassez do combustível, deixando residências frias e fábricas paradas. Ainda assim, a melhora da qualidade do ar é uma vitória do presidente Xi Jinping, que se comprometeu a usar "mão de ferro" contra a poluição, e as medidas contrárias ao carvão provavelmente continuarão, segundo a Sanford C. Bernstein & Co.
"A troca do carvão pelo gás reduziu bastante a poluição", escreveram analistas da Bernstein, incluindo Neil Beveridge, em Hong Kong, em relatório na quinta-feira. "Apesar dos problemas na implementação, o plano está dando resultados."
A substituição do carvão pelo gás para uso residencial e industrial faz parte de uma série de medidas de limpeza de cidades contaminadas, juntamente com a desativação de siderúrgicas, minas de carvão e fundições de alumínio ultrapassadas ou ilegais. A demanda por gás natural aumentou 19 por cento até outubro, mostram os dados mais recentes do governo. E provavelmente subirá 15 por cento neste ano, considerando que Pequim manterá a política contrária ao carvão e estimulará o desenvolvimento de infraestrutura para o gás, escreveu Beveridge.
Vale a pena?
A mudança para combustíveis de aquecimento mais limpos gerou problemas em novembro e dezembro, quando algumas regiões ficaram sem gás natural, forçando o governo a paralisar fábricas para dar prioridade de oferta aos usuários residenciais e, em alguns casos, a permitir que as casas voltassem a queimar carvão.
Mas "os efeitos negativos causados pela transição do carvão para o gás são relativamente pequenos", tornando válido que a China expanda a mudança e inicie a construção de usinas nucleares, disse Jiang Kejun, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês).
Além da redução no uso doméstico de carvão, as medidas para redução das emissões industriais e as condições climáticas favoráveis "contribuíram para essa redução tão forte dos níveis de poluição" em Pequim e arredores, disse Lauri Myllyvirta, analista de energia do Greenpeace em Pequim, por telefone.
No país como um todo, a melhora da qualidade do ar foi menos intensa, com queda de 4,5 por cento dos níveis de PM2,5 em 2017, segundo o Greenpeace.
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