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Empresas de tecnologia compram mais energia limpa na era Trump

Christopher Martin

22/01/2018 16h05

(Bloomberg) -- Lideradas por gigantes da tecnologia como Apple e Facebook, as empresas estão comprando mais energia limpa do que nunca apesar de mudanças nas políticas ambientais, dos EUA à Europa, ameaçarem o custo-benefício das energias renováveis.

Quarenta e três empresas assinaram contratos de longo prazo para um recorde de 5,4 gigawatts em energias limpas, incluindo solar e eólica, em todo o mundo no ano passado, segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance. O número supera os 4,3 gigawatts de 2016 e é suficiente para substituir pelo menos 10 usinas de energia movidas a carvão.

As grandes empresas de tecnologia estão assinando contratos de energias renováveis em um momento em que o maior mercado, os EUA, cancela políticas de promoção das energias não poluentes. O presidente dos EUA, Donald Trump, deverá tomar em breve uma decisão sobre as tarifas para importação voltadas à energia solar. O governo Trump já está eliminando regras da era Obama para as emissões das usinas de energia e decidiu retirar os EUA do acordo climático internacional de Paris.

"O crescimento da aquisição corporativa, apesar dos obstáculos políticos e econômicos, mostra a importância das questões ambientais, sociais e de governança para as empresas", disse Kyle Harrison, analista de estratégia de energia corporativa da BNEF. "O principal motor é que há muito mais empresas exigindo isso. Grandes instituições financeiras entraram no espaço e são grandes compradoras."

O cancelamento de políticas ambientais dos EUA pelo governo Trump na verdade encorajou algumas empresas a comprarem mais energia limpa na tentativa de combater as mudanças climáticas diante da ausência de políticas federais. O Google, da Alphabet, e o Facebook são algumas das empresas que fizeram promessas relacionadas ao clima. Entre as instituições que se comprometeram a comprar 100 por cento de sua energia de fontes limpas estão JPMorgan Chase e Goldman Sachs.

A Apple liderou as aquisições corporativas de energia limpa no ano passado com um contrato de compra recorde de 200 megawatts de energia solar para abastecer um centro de dados em Reno, Nevada, segundo o relatório da BNEF.

Os EUA continuam sendo o maior mercado em termos de contratos, considerando que 57 por cento dos contratos do ano passado foram assinados no país. Outros mercados estão se abrindo devido ao interesse das empresas, inclusive a Suécia, onde a produtora de alumínio Norsk Hydro fechou acordo para comprar a maior parte da produção de um parque eólico de 650 megawatts.

Título em inglês:
Big Tech Is Buying More Clean Energy Than Ever in the Trump Era

--Com a colaboração de Brian Eckhouse