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Jovens ricos dos EUA querem casa com muitos metros quadrados

Patrick Clark

30/01/2018 12h56

(Bloomberg) -- Uma nova geração abastada de compradores de casas, impulsionada por uma onda de riqueza herdada está movimentando o mercado imobiliário de luxo, exigindo espaços maiores e acabamentos mais elegantes, de acordo com um relatório que anuncia "a ascensão da nova aristocracia".

Os compradores de imóveis com menos de 50 anos de idade respondem pela maioria das pessoas que compram casas de US$ 1 milhão ou mais, de acordo com o relatório. Cerca de um quarto dos consumidores com grande riqueza líquida de 25 a 49 anos de idade disse que buscaria pelo menos 1.900 metros quadrados quando comprasse a próxima casa; apenas 6 por cento dos participantes com 50 anos ou mais disseram o mesmo. O relatório se baseia em uma pesquisa com mais de 500 consumidores com pelo menos US$ 1 milhão em ativos que podem ser investidos, realizada no mês passado em nome da Luxury Portfolio International, uma rede de corretoras imobiliárias.

Entre outras características consideradas "essenciais" em uma casa por grande parte desses novos aristocratas estão as banheiras de hidromassagem, com 45 por cento; os equipamentos de cozinha de nível industrial, com 52 por cento; e as câmeras de segurança de perspectiva ampla, com 54 por cento. A proximidade de bons restaurantes foi a característica comum mais importante nos resultados da pesquisa -- seguida da proximidade da família.

Três de cinco entrevistados com menos de 50 anos disseram que esperam herdar pelo menos US$ 1 milhão, com uma herança média de US$ 3,8 milhões. Graças a uma disposição fiscal aprovada durante o governo de George W. Bush, muita dessa riqueza estará disponível mais cedo para os herdeiros atuais. Mais de 171.000 famílias deram presentes de pelo menos US$ 1 milhão entre 2011 e 2014, de acordo com o relatório, um salto gigantesco em comparação com cerca de 7.600 famílias que deram presentes de US$ 1 milhão entre 2007 e 2010. Outro impulso virá da nova lei tributária, que reduz os impostos para os ricos, e de um mercado de ações em expansão que está se traduzindo em demanda por casas de luxo.

O mercado imobiliário dos EUA já respondeu a uma demanda por casas maiores. Nos anos que se seguiram à crise de execução de hipotecas do país, os construtores se concentraram em construir casas e edifícios maiores e de nível mais alto, exacerbando a escassez de residências acessíveis para os compradores de nível básico. O tamanho médio das casas diminuiu um pouco após o pico de 2015, mas as novas casas de hoje em dia ainda são quase 50 por cento maiores do que as de quando o Escritório do Censo dos EUA começou a monitorar essa informação, no fim da década de 1970.