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Pode faltar lítio por disparada dos carros elétricos, afirma FMC

Jack Kaskey

14/02/2018 12h24

(Bloomberg) -- Os investidores preocupados com o fato de que os suprimentos de lítio estejam subindo rápido demais estão equivocados, segundo uma das maiores produtoras do metal usado na bateria dos carros elétricos.

O verdadeiro risco é que talvez não haja lítio suficiente, porque a demanda aumentará à medida que fabricantes de automóveis de todo o mundo lançarem novos veículos, disse o CEO da FMC, Pierre Brondeau. A demanda pelo metal leve vai quintuplicar até 2025, potencialmente superando a capacidade mundial de produção, disse ele, citando uma análise da empresa de cada veículo elétrico que chegará ao mercado.

Wall Street não tem apostado nesse argumento ultimamente. A FMC e a concorrente Albemarle caíram desde que uma importante produtora chilena foi autorizada, no mês passado, a dobrar a produção em um local.

"Os investidores estão se concentrando muito na oferta e pouco na demanda", disse Brondeau na terça-feira em uma teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre. "A comunidade de investimentos como um todo ainda não absorveu o impacto que o crescimento da demanda terá na indústria do lítio."

Perspectiva de demanda

As baterias de lítio vão alimentar 2,5 por cento dos novos automóveis globalmente até 2020 e 12 por cento até 2025, disse ele. Isso elevará a demanda anual de carbonato de lítio o equivalente a 1 milhão de toneladas em sete anos - incluindo 700.000 toneladas usadas para baterias de veículos - contra 200.000 toneladas no ano passado, afirmou a FMC, que tem sede na Filadélfia, em uma apresentação em seu site.

Os investidores estão mais concentrados na oferta porque é difícil compreender o cenário da produção, disse Mark Connelly, analista da Stephens. "A realidade é que os investidores agem de acordo com a perspectiva da demanda", disse ele. "Agora, eles estão começando a prestar atenção na oferta e percebem que não há nada claro."

A FMC caía 2,2 por cento, para US$ 83,36, às 14h13, e as ações registravam uma queda de 12 por cento neste ano.

"Claramente, como mostra a negociação das ações, o mercado continua cético", disse Chris L. Shaw, analista da Monness Crespi & Hardt & Co., em uma entrevista.

Além de aumentar a capacidade de mineração, é necessário aumentar a capacidade de processamento para atender às especificações dos fabricantes de baterias, disse Brondeau. Ele também disse que os novos nomes do setor muitas vezes não cumprem as metas de produção, enfrentam custos mais elevados do que o esperado e não oferecem qualidade constante.

A FMC está implementando um plano para separar sua unidade de lítio a fim de restringir seu foco a pesticidas agrícolas. As ações da nova empresa de lítio serão listadas no terceiro trimestre, e a separação da FMC será concluída até o primeiro trimestre do próximo ano, afirmou a empresa.