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Baterias competirão com geradores em mercados de energia dos EUA

Catherine Traywick e Rebecca Kern

16/02/2018 14h20

(Bloomberg) -- Os órgãos reguladores dos EUA equilibraram a disputa entre baterias e outras formas de armazenamento de energia, decidindo em votação pela eliminação de barreiras de mercado para essas tecnologias.

A Comissão Federal Reguladora de Energia Elétrica dos EUA (Ferc, na sigla em inglês) finalizou na quinta-feira uma regra que permitirá que o armazenamento de energia concorra com usinas de energia e outros recursos nos mercados de energia por atacado. Segundo a regra, tecnologias como baterias e sistemas de volante de inércia (flywheel) podem ser usadas pelas operadoras de rede para despachar energia, estabelecer preços de energia e oferecer capacidade, energia e serviços auxiliares.

"Nosso trabalho não é escolher vencedores e perdedores", disse o presidente do conselho, Kevin McIntyre, antes da votação, acrescentando que a regra final garantirá que todos os recursos possam competir de forma justa. A integração do armazenamento aos mercados ampliará a resiliência da rede, disse.

Empresas como a AES pressionam os órgãos reguladores há anos para que removam barreiras para o armazenamento. Essa última decisão da comissão ocorre mais de um ano após a primeira proposta da empresa para mudança nas regras do mercado para permitir o armazenamento e também depois de a Califórnia ter promulgado regras próprias para a questão.

Mesmo sem a decisão federal, as baterias já estão ajudando as energias renováveis a derrotarem os combustíveis fósseis nos mercados de energia de todo o país. No Arizona, a proposta da First Solar de construir um parque solar de 65 megawatts com um sistema de baterias de 50 megawatts superou propostas de usinas de energia que queimam gás barato.

"Regras de mercado são apenas o primeiro passo", disse Yayoi Sekine, analista da Bloomberg New Energy Finance. "Elas não necessariamente facilitam o financiamento, porque os aspectos econômicos são totalmente dependentes do dinheiro que o sistema poderá ganhar nos mercados, e há muita volatilidade neles."

A comissão preferiu não agir frente a uma questão relacionada -- a integração de recursos energéticos distribuídos aos mercados de energia. Em 2016, os órgãos reguladores propuseram permitir que a energia solar agregada e outras tecnologias oferecessem suas produções juntamente com os geradores. Mas concluíram na quinta-feira que, sem mais estudos, isso poderia gerar preocupações com a confiabilidade. Em vez disso, a comissão realizará uma conferência técnica sobre o assunto em abril.

Malcolm Woolf, vice-presidente da Advanced Energy Economy, que promove a energia limpa, exortou a comissão a levar o assunto adiante, dizendo que os recursos energéticos distribuídos "merecem a mesma oportunidade de competir com base no preço e no desempenho".

Kelly Speakes-Backman, CEO da Associação de Armazenamento de Energia, que representa 150 empresas associadas principalmente às tecnologias de armazenamento de baterias, celebrou a decisão.

"Com a ação inequívoca desta manhã a Ferc sinalizou o reconhecimento do valor oferecido pelo armazenamento hoje e, mais importante, a visão clara do papel que o armazenamento elétrico pode desempenhar ao ter liberado o caminho para a participação no mercado atacadista", disse em comunicado.

--Com a colaboração de Mark Chediak