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CEO da Boeing mira negócios `direcionados' em meio a especulação

Julie Johnsson

22/02/2018 09h46

(Bloomberg) -- O CEO da Boeing jogou água fria na especulação de que a gigante aeroespacial estivesse estudando uma grande aquisição, reafirmando o foco da empresa em negócios "direcionados" e em devolver dinheiro aos acionistas.

Dennis Muilenburg disse que as principais prioridades da Boeing são investir em suas fábricas e aviões e expandir os retornos dos acionistas. A fabricante de aviões tem os "cavalos de potência" necessários para buscar negócios e destinar dinheiro à recompra de ações e ao pagamento de dividendos, disse Muilenburg.

"Serão aquisições direcionadas e alvos que se alinhem à nossa estratégia", disse em conferência do Citigroup na quarta-feira.

Em um momento em que a empresa com sede em Chicago corteja publicamente a fabricante de aviões brasileira Embraer, é crescente a especulação de que a Boeing também poderia mirar as divisões de aviação da General Electric ou da Honeywell International. A adição da unidade de motores de jatos da GE, que já é uma parceira industrial próxima, daria nova cara ao panorama aeroespacial a um custo de cerca de US$ 100 bilhões para a Boeing, disse Carter Copeland, analista da Melius Research, na terça-feira, em nota aos clientes.

Fabricante de assentos

Quanto à sua estratégia de crescimento, Muilenburg apontou como exemplo uma nova joint venture para a fabricação de assentos que a Boeing está formando com a Adient, o que deverá expandir o leque de peças com margem de lucro elevada vendidas pela fabricante de aviões durante o tempo de vida de uma aeronave, de 30 anos.

A criação de uma nova empresa com as operações comerciais da Embraer expandiria a linha de aeronaves da Boeing, juntamente com suas vendas de peças sobressalentes e serviços. A Boeing também poderia recorrer à ajuda dos engenheiros da empresa brasileira para seu novo jato, chamado de 797, o que manteria os trabalhadores ocupados depois que a nova família de jatos E2 da Embraer chegasse ao mercado.

Embora não se tenha perguntado diretamente a Muilenburg se a GE Aviation está na lista de desejos da Boeing, o executivo mostrou ceticismo em relação ao benefício oferecido por outra fusão importante para o mercado: a aquisição da United Technologies, da Rockwell Collins, por US$ 23 bilhões.

"Até que se prove o contrário não vemos o valor que essa combinação ofereceria em termos de redução de custos", disse.