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Fundos quantitativos têm alocação recorde em setor tecnológico

Dani Burger

26/03/2018 14h19

(Bloomberg) -- Os fundos que usam estratégias quantitativas fizeram apostas pesadas em ações de empresas de tecnologia durante a pior semana para o setor em quase oito anos.

Na quarta-feira passada, firmas que usam tecnologias e fórmulas para automatizar o processo de investimento registravam a maior exposição bruta ao setor até hoje, segundo o Credit Suisse Group, que usou dados desde 2013. Uma métrica que acompanha as posições compradas e vendidas desses fundos chegou a 18,4 por cento, ou quase 2 pontos percentuais acima do apurado em fevereiro.

A plataforma do Credit Suisse considera fundos quantitativos aqueles que investem em milhares de ações e negociam com base em padrões em vez de apostar em ações específicas.

Esta é mais uma evidência de que investidores que seguem algumas das estratégias quantitativas mais populares estão fortemente concentrados no setor de tecnologia. Ao longo do último ano, as fabricantes de semicondutores Micron Technology e Nvidia foram juntas responsáveis por mais de um décimo do avanço de um índice Bloomberg que acompanha as ações com os maiores ganhos.

No entanto, se investidores de perfil quantitativo tivessem se programado para um movimento de compra de ações em queda na quarta-feira, a sorte não estaria a favor deles. Após esses fundos atingirem a maior exposição até hoje, essas ações caíram aproximadamente 5 por cento para o menor patamar em mais de um mês. Na semana passada, as ações de tecnologia perderam 7,3 por cento globalmente.

Fundos de hedge que se baseiam em fundamentos para negociar ações mantiveram uma exposição elevada ao setor de tecnologia, com uma parcela de aproximadamente 22 por cento do total de ativos. De modo geral, os gestores de renda variável não se incomodaram muito com o movimento vendedor da semana passada, segundo Mark Connors, responsável por assessoria de risco no banco suíço.

"A estabilidade do posicionamento bruto e líquido em ações pela maioria das gestoras de renda variável indica que a volatilidade recente não levou ao desmonte de posições até agora", escreveu Connors em relatório na sexta-feira. "A composição esquisita das posições dos fundos de hedge não reflete nem aversão a risco nem otimismo de longo prazo com o crescimento global."