Uber vende operação à rival Grab e deixa Sudeste Asiático
(Bloomberg) -- A Uber Technologies fechou acordo para vender suas operações no Sudeste Asiático à Grab, deixando assim mais uma região de rápido crescimento para encerrar a batalha de resistência com uma rival local feroz.
Segundo o acordo, a Grab comprará todas as operações da Uber em uma região com 620 milhões de habitantes, incluindo o serviço de entregas de alimentos UberEats. Em troca, a gigante americana receberá uma participação de 27,5 por cento na Grab e seu CEO fará parte do conselho da empresa com sede em Cingapura. A Bloomberg News noticiou no fim de semana que as duas empresas haviam chegado a um acordo.
O cessar-fogo representa uma vitória para a Grab e também para a SoftBank, a maior acionista de ambas as empresas. A empresa de Masayoshi Son pressiona pela redução da concorrência no mercado de carona compartilhada do Sudeste Asiático, que deverá atingir US$ 20,1 bilhões em 2025. A Uber e a Grab, juntamente com outras duas empresas de carona compartilhada apoiadas pela SoftBank -- a indiana Ola e a chinesa Didi Chuxing --, oferecem cerca de 45 milhões de corridas por dia, segundo o material de apresentação da SoftBank de fevereiro.
Para a Uber, que tem sede em São Francisco, o fato de deixar de administrar seus negócios no Sudeste Asiático reduz os prejuízos antes da oferta pública inicial planejada para 2019. Mas o acordo representa a mais recente retirada da startup mais valiosa do mundo de uma arena em rápida expansão: a Uber vendeu sua operação na China para a Didi em 2016 após uma batalha na qual ambas queimaram dinheiro para seduzir motoristas e passageiros com grandes subsídios. A Uber negociou uma medida similar na Rússia no ano passado.
As ações da ComfortDelGro, a maior companhia de táxis de Cingapura, chegaram a subir 3 por cento nesta segunda-feira.
"A aquisição de hoje representa o começo de uma nova era. A empresa combinada é líder em plataforma e eficiência de custo na região", disse o CEO da Grab, Anthony Tan, em comunicado.
O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, vem pressionando pela melhora da situação financeira de uma empresa que queimou US$ 10,7 bilhões desde a fundação, há nove anos. Khosrowshahi sinalizou, durante viagem pela Ásia no mês passado, que está comprometido com outros mercados importantes, como o Japão e a Índia. Mas a última retirada sugere que a Uber está mais dependente do que nunca de seu mercado doméstico, a América do Norte, o que não difere muito da situação do empregador anterior de Khosrowshahi, o Expedia, também centrado nos EUA.
Para Tan, da Grab, a trégua encerra uma batalha feroz pela liderança no Sudeste Asiático.
A Grab, que começou como um aplicativo de reservas de táxis em Kuala Lumpur, em 2012, se transformou no serviço de carona compartilhada dominante da região nos últimos anos após levantar US$ 4 bilhões com investidores. A avaliação mais recente da empresa é de US$ 6 bilhões, segundo a CB Insights. Hoje, com mais de 86 milhões de downloads de aplicativos para dispositivos móveis, a empresa oferece uma ampla gama de serviços em 191 cidades espalhadas por Cingapura, Indonésia, Filipinas, Malásia, Tailândia, Vietnã, Mianmar e Camboja.
O acordo "nos ajudará a dobrar a aposta em nossos planos de crescimento com investimentos pesados em nossos produtos e em tecnologia", disse Khosrowshahi em comunicado.
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