BHP produz mais níquel por foco chinês em veículos elétricos
(Bloomberg) -- A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, está aumentando a produção de níquel para atender à demanda na China, onde o uso de baterias com grande quantidade do metal para veículos elétricos está se expandindo mais rápido que o previsto.
A empresa aumentará a produção em sua instalação australiana Nickel West - que a companhia ainda planeja vender - para 90.000 toneladas por ano, em contraste com a meta anterior de 84.000 toneladas, de acordo com o presidente de ativos Eduard Haegel. Além do aumento registrado na produção de baterias para veículos elétricos, cresce também o uso das chamadas baterias 811, que consomem mais níquel. A BHP não está tendo "nenhuma dificuldade" para vender a produção da primeira fase de seu projeto, disse Haegel em entrevista em Xangai.
"Em todas as nossas visitas à China, em fevereiro e outubro do ano passado e novamente agora, ficou claro que houve uma aceleração no ritmo de adoção das baterias com alto teor de níquel", disse Haegel, que participa de uma conferência. Nickel West atingirá a meta de vender 90 por cento da produção para o setor de baterias até o final do próximo ano, dois anos antes do esperado, disse ele.
"Quando conversamos com as pessoas, elas estão dispostas a comprar em grandes quantidades", disse Haegel. "As empresas não estão fazendo projeções vagas; elas se baseiam na construção real de uma capacidade real de bateria neste país."
A transição global para os veículos elétricos está elevando a demanda por metais, como cobalto, lítio, grafite, níquel e cobre. Embora as baterias atualmente correspondam a uma parte muito pequena do consumo total de níquel, dominado pelo aço inoxidável, isso vai mudar. O níquel será o "grande vencedor" entre as matérias-primas na revolução iminente dos transportes, disse Ken Hoffman, executivo de desenvolvimento de clientes da McKinsey & Co., na conferência.
"Para nós, é bom levar a oferta ao mercado cedo e apoiar o mercado cedo", disse Haegel. Haverá um período prolongado de oferta insuficiente à medida que o ritmo de adoção dos veículos elétricos acelera, especialmente porque quase metade da produção existente de níquel, cerca de 2 milhões de toneladas, está em um formato inadequado para baterias, disse ele.
O níquel precisa ser negociado entre US$ 17.000 e US$ 20.000 a tonelada para incentivar a produção do tipo de níquel necessário para baterias, disse Frank Nikolic, chefe de inteligência de mercado da Vale, na conferência. O metal chegou a subir 12 por cento em Londres na quarta-feira, para US$ 15.875, o preço intradiário mais alto desde 2014.
Estima-se que as baterias que utilizam níquel prevalecerão "pelo menos nos próximos 10 a 15 anos", disse Haegel, mesmo que o aumento da demanda e dos preços estimule uma busca por alternativas tecnológicas. "A pergunta daqui a 10 a 15 anos será: considerando a grande quantidade de investimento nas baterias de níquel, haverá algum interesse em mudar? E, se houver, existirá um material superior? No momento, não existe."
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