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Fundo chinês Silk Road fará oferta com Mubadala pela TAG: Fontes

Cristiane Lucchesi, Sabrina Valle e Dinesh Nair

19/04/2018 18h39

(Bloomberg) -- O fundo estatal chinês Silk Road está se unindo à Mubadala Development em um grupo que provavelmente fará uma oferta vinculante hoje para Petrobras pela rede de gasodutos da empresa no nordeste Transportadora Associada de Gás, disseram quatro pessoas com conhecimento do assunto.

Um consórcio liderado pelo australiano Macquarie Group e outro liderado pela empresa francesa de serviços públicos Engie também estão se preparando para fazer ofertas vinculantes nesta quinta-feira, o último dia para essas propostas, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas. As propostas podem chegar a US$ 8 bilhões, incluindo a dívida, segundo as pessoas.

A Itaúsa está no grupo do Macquarie, enquanto a EIG Global Energy Partners está com a Mubadala e o Silk Road Fund.

Macquarie, Mubadala, Petrobras, Itaúsa e Engie não quiseram fazer comentários. Silk Road Fund e EIG não responderam a e-mails pedindo comentários.

A venda da TAG é parte de uma crescente presença estrangeira na indústria de gás natural do Brasil, à medida que a Petrobras vende negócios para cortar dívidas e focar em seus projetos de petróleo mais lucrativos em águas profundas. Em março, a chinesa Shandong Kerui Petroleum assinou um contrato com a Petrobras para investir em uma usina de processamento de gás natural no Rio de Janeiro.

A TAG, uma rede de 4.500 quilômetros que abrange dez estados, poderia ser a maior venda de ativos da Petrobras até hoje e responder por mais de um terço da meta de desinvestimento de US$ 21 bilhões da companhia até o fim deste ano. Em 2016, a Petrobras vendeu a Nova Transportadora do Sudeste, uma rede de dutos semelhante, mas menor, por US$ 5,2 bilhões para um consórcio liderado pela Brookfield Asset Management, que também inclui a Itaúsa.

Espera-se que a venda da TAG ultrapasse a da NTS em valor, já que sua rede é mais que o dobro do tamanho. A dívida da TAG é maior do que o passivo que a NTS tinha, o que parcialmente responde pelo maior preço de venda, disse uma das pessoas.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, está correndo para cumprir sua meta de desinvestimento antes da campanha presidencial, cuja imprevisibilidade pode dificultar a venda de ativos. Parente disse no final do ano passado que, idealmente, todos os negócios devem ser preparados até o final do primeiro semestre e fechados até dezembro.

--Com a colaboração de Felipe Marques Francois de Beaupuy e Vinicy Chan