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Startups americanas e canadenses fazem duelo de titãs da maconha

Kristine Owram e Michael Bellusci

19/04/2018 14h07

(Bloomberg) -- A indústria da cannabis deve se preparar para um "duelo de titãs", em que empresas dos EUA em processo de expansão enfrentarão companhias canadenses já consolidadas, segundo um executivo de investment banking do grupo GMP Capital especialista no setor.

"Suponho que as empresas canadenses não descerão para os EUA imediatamente. Em vez disso, sairão pelo o mundo e se tornarão pequenas gigantes, enquanto as americanas tentarão ir para o norte", disse Steve Ottaway, diretor administrativo da GMP Securities, uma subsidiária do grupo, em entrevista, no escritório da Bloomberg em Toronto.

"Futuramente haverá um duelo de titãs entre os dois lados pela superioridade da marca e pelos canais de distribuição."

A GMP organiza uma conferência de investidores sobre a indústria da maconha nesta quinta-feira, em Toronto. A empresa fez três financiamentos de capital no ramo neste ano, incluindo o negócio de 200,7 milhões de dólares canadenses da Canopy Growth e a venda de 100 milhões de dólares canadenses em ações da Cronos Group em março. As empresas canadenses de capital aberto da indústria da maconha, que atualmente somam 89 e têm capitalização de mercado combinada de 29,6 bilhões de dólares canadenses (US$ 23,4 bilhões), estão construindo um "fundo de guerra" para financiar a expansão e possíveis aquisições antes da legalização do uso recreativo da maconha, que ocorrerá ainda neste ano, disse Ottaway na quarta-feira.

No entanto, a captação de recursos tem sido irregular devido à volatilidade das ações da indústria da maconha, que quase triplicaram em 2017, mas desde então perderam cerca de um quarto do valor.

"Tivemos algumas semanas de baixa na captação de recursos, até que na última sexta-feira Trump mudou tudo", disse Ottaway, em referência à declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que permitirá que os estados decidam como regular a droga. "Este setor é bastante influenciado pelas notícias. É como a previsão do tempo -- é preciso fazer previsões com frequência."

--Com a colaboração de Doug Alexander