Cargill pode exportar menos na Argentina por briga com sindicato
(Bloomberg) -- O conflito entre a Cargill e os sindicatos na Argentina está ganhando escala, o que prejudica o ritmo de esmagamento e exportação de soja da empresa em meio à colheita.
A empresa e os trabalhadores do processo de esmagamento de soja, representados pela Federación Aceitera, não conseguem chegar a um acordo a respeito de como lidar com a demissão de pelo menos 33 funcionários, no mês passado. O sindicato vem fazendo paralisações periódicas nas instalações portuárias de esmagamento da Cargill no rio Paraná e na costa atlântica. Impôs também uma operação-padrão, em que os funcionários executam só as tarefas previstas nas cláusulas de seus contratos.
Os portos que fazem operação-padrão em vez de funcionar 24 horas, como é habitual, demoram cerca de duas vezes mais para carregar os navios, disse Guillermo Wade, gerente da câmara marítima e portuária CAPyM, e Ernesto Torres, porta-voz do sindicato. Os navios da instalação Villa Gobernador Gálvez da Cargill no Paraná normalmente seriam abastecidos a um ritmo de 2.000 toneladas por hora.
Um porta-voz da Cargill preferiu não comentar sobre o ritmo de carregamento dos navios. A soja atualmente está chegando aos portos, já que os produtores estão colhendo a safra anual. A colheita está 40 por cento concluída.
Operações suspensas
Em comunicado, na quinta-feira, a empresa anunciou a suspensão das operações pela segunda vez na Villa Gobernador Gálvez e na instalação de Bahía Blanca, na costa atlântica, até 30 de abril. A Cargill afirmou que as greves e a implantação da operação-padrão tornaram as instalações inseguras. O sindicato chamou a medida de greve patronal.
Em separado, a Cargill arrendou outra unidade portuária de esmagamento na costa atlântica, em Quequén, para a Renova, uma joint venture formada por Glencore e Vicentin, segundo a Vicentin. O contrato tem duração de um ano e a instalação é usada para o processamento de girassol, informou a Vicentin.
Um porta-voz da Cargill preferiu não comentar. Um representante da Glencore não respondeu a um e-mail com pedido de comentário.
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