É hora de perguntar se igualdade salarial de fato existe: Gadfly
(Bloomberg) -- A recente pesquisa do Reino Unido sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres concluiu - surpresa - que o sistema se inclina esmagadoramente a favor dos homens. Mas muitas empresas foram rápidas em apontar que uma disparidade salarial entre homens e mulheres não é a mesma coisa que desigualdade salarial. Elas alegam que homens e mulheres em cargos comparáveis são recompensados igualmente - como a lei exige.
A razão para a diferença, afirmam, se deve à distribuição da força de trabalho: há mais homens em cargos seniores, que têm maior remuneração. Enquanto as mulheres ficarem mofando em cargos iniciais com menor remuneração - ou trabalharem meio expediente - os números gerais tenderão para os homens. As poucas empresas que forneceram números ajustados para explicar os padrões de trabalho, a combinação de papéis, a licença-maternidade e outras licenças mostram uma diferença reduzida.
Então, será que as empresas realmente discriminam? Neste momento, só temos a palavra delas afirmando que não. Uma análise dos dados do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido é sugestiva. Se você comparar a mediana da remuneração por hora para funcionários em tempo integral (excluindo horas extras) por idade e ocupação, você pode começar a levar em conta as razões estruturais pelas quais as mulheres tradicionalmente ficam no extremo com a pior remuneração.
A diferença é pequena para os funcionários mais jovens e aumenta à medida que os trabalhadores envelhecem - possivelmente devido ao acúmulo de experiência, o que afeta negativamente as mulheres que abandonam a força de trabalho após terem um filho. Até mesmo em ocupações dominadas pelas mulheres, como cargos administrativos e de assistência, os homens ganham mais do que as mulheres em uma base mediana. E em cargos do alto escalão, os gerentes, diretores e altos funcionários do sexo masculino recebem mais do que suas colegas do sexo feminino.
Na verdade, esses dados - coletados de registros fiscais que representam 19 milhões de empregos em tempo integral - são sugestivos, não conclusivos. O Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido afirma que eles não fornecem evidências de desigualdade salarial. Por exemplo, os dados comparam ocupações semelhantes e não cargos específicos. Eles não levam em consideração a localização geográfica, a antiguidade, o setor nem o tamanho da empresa.
Essa falta de clareza apenas destaca a necessidade de mais transparência sobre a remuneração. O assunto é complicado porque apresenta um risco de responsabilidade jurídica: as empresas têm um poderoso incentivo para enfatizar a justiça de suas estruturas de remuneração devido às leis de igualdade de remuneração vigentes no Reino Unido. Não surpreende, portanto, que a maioria delas não esteja muito disposta a falar sobre este assunto.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e seus proprietários.
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