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Fundos de hedge apostam no petróleo e veem alta a US$ 80

Suzy Waite

23/04/2018 11h55

(Bloomberg) -- Os fundos de hedge que investem em petróleo estão atraindo capital ao ritmo mais veloz em mais de um ano.

Com a subida do petróleo para níveis não vistos desde 2014, os fundos de commodities têm recuperado as saídas de clientes do ano passado. E se empresas como Westbeck Capital Management e Commodities World Capital estiverem corretas e os preços em breve superarem US$ 80 por barril, contra cerca de US$ 68 atualmente, esse salto nas alocações poderá ser apenas o começo.

Até sexta-feira tudo parecia apontar que o petróleo estenderá seus ganhos com o aumento da confiança na economia global e a ausência de sinais de que as tensões geopolíticas e os déficits de produção desaparecerão. De repente o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a Opep no Twitter, afirmando que os preços estão artificialmente altos e não serão aceitos. Os preços caíram US$ 0,19 por barril.

Ainda assim, esses fundos são "desejáveis em tempos de expectativa de volatilidade de mercado" e provavelmente continuarão a ver entradas de recursos em 2018, disse Peter Laurelli, chefe global de pesquisa da provedora de dados eVestment.

Os investidores alocaram US$ 3 bilhões em fundos de hedge focados em commodities de janeiro a março, maior total desde o terceiro trimestre de 2016, segundo a eVestment. No ano passado, eles retiraram US$ 680 milhões da estratégia, primeira saída líquida desde 2014.

A seguir, um resumo das projeções e dos retornos da Westbeck and Commodities World Capital para o petróleo antes dos comentários de Trump:

- O fundo de energia Westbeck se recuperou dos prejuízos anteriores deste ano -- incluindo a queda de dois dígitos de fevereiro -- e agora acumula alta de 11 por cento até 19 de abril, segundo o diretor de operações Jari Habib. O fundo perdeu 17 por cento em 2017. A empresa prevê que o barril de petróleo WTI subirá para mais de US$ 85 no segundo semestre;

- A Commodities World Capital está praticamente estável neste ano até 19 de abril depois de se recuperar dos prejuízos que a fizeram cair 4,4 por cento no primeiro trimestre. A empresa prevê que o petróleo atingirá um patamar próximo de US$ 85 no segundo semestre, apesar de o diretor de investimentos Luke Sadrian afirmar que é melhor "negociar com volatilidade e manter uma visão central otimista" do que simplesmente comprar e manter.

O petróleo West Texas Intermediate subiu em janeiro, depois caiu 13 por cento em cerca de duas semanas -- gerando prejuízos particularmente acentuados em alguns fundos de hedge otimistas em fevereiro. Agora o barril está subindo novamente, registrando mais do que o dobro do preço alcançado no início de 2016, quando as preocupações em relação a uma desaceleração econômica mundial estavam em seu pior momento.

"Como é muito complicado prever a direção do petróleo, é difícil para os gerentes desse setor apresentarem um desempenho consistente", disse Michael Gerber, chefe de pesquisa no fundo de fundos da assessoria de investimentos Fundana.

--Com a colaboração de Nishant Kumar