Lucro do Santander sobe em meio a apreensão com eleição Brasil
(Bloomberg) -- A compra do Banco Popular Español pelo Banco Santander por um euro começa a parecer um dinheiro bem investido.
O maior banco da Espanha divulgou na terça-feira um aumento de 10 por cento no lucro do primeiro trimestre, já que a integração do Popular ajudou a ampliar o lucro na Espanha em 26 por cento. Trata-se de um impulso bem-vindo, considerando que as oscilações cambiais e a perspectiva de vitórias populistas nas eleições nublaram as perspectivas no Brasil e no México, mercados importantes para a instituição.
O Santander adquiriu o Popular em junho depois que as autoridades europeias colocaram a empresa em resolução, eliminando as ações e cerca de 2 bilhões de euros (US$ 2,4 bilhões) em títulos secundários no processo. Apesar de várias ações judiciais terem sido abertas nos tribunais da UE contestando a decisão, a integração do negócio ajudou a elevar o lucro líquido de juros na Espanha em 39 por cento no primeiro trimestre.
"É uma grande aquisição para o Santander", disse o diretor financeiro José Antonio García Cantera, em entrevista à Bloomberg TV. "Está tendo o desempenho esperado."
A alta no negócio espanhol ajudou a compensar a queda de 23 por cento do lucro das operações britânicas do Santander. O lucro no Brasil, o maior mercado do Santander, subiu 7 por cento no trimestre, apesar de a desvalorização do real frente ao euro ter corroído boa parte dos ganhos no mercado. O México mostrou tendência similar, com apenas 7 por cento de crescimento considerando o declínio do peso.
Eleições próximas
A perspectiva para a eleição de julho no México, que pode ser vencida pelo populista radical Andrés Manuel López Obrador, e a disputa presidencial imprevisível no Brasil, em outubro, podem testar a confiança dos investidores do Santander.
"O Brasil é o ativo mais importante deles", disse Mauro Guillén, professor de Administração e Relações Internacionais da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, autor de publicação sobre a história do Banco Santander.
Apesar do otimismo com a possibilidade de o México em breve fechar um acordo comercial revisado com os EUA, o resultado da eleição representa riscos para os investidores. AMLO, como López Obrador é conhecido no México, tem gerado nervosismo no mundo dos negócios do país com críticas ao "neoliberalismo" e à corrupção e construiu uma vantagem considerável nas pesquisas de opinião.
Disputa aberta
A corrida presidencial aberta no Brasil também representa um risco para o Santander. Um dos favoritos, Jair Bolsonaro, é um ex-capitão do Exército que enfrenta acusações de racismo e incitação ao ódio.
O real teve desvalorização de mais de 18 por cento frente ao euro no primeiro trimestre em comparação com um ano atrás. No México, o peso caiu cerca de 11 por cento.
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