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Fanático por carros gasta US$ 1 mi para personalizar Ferrari

Hannah Elliott

27/04/2018 15h30

(Bloomberg) -- David Lee, dono da Hing Wa Lee Jewelers, o império de relógios e investimentos de US$ 300 milhões, também possui alguns dos carros mais raros do mundo pelo valor de mais de US$ 50 milhões.

Sua coleção, guardada em uma garagem embaixo de um shopping, a 40 minutos do centro de Los Angeles, inclui modelos Rolls-Royce, Pagani, Porsche e Mercedes-Benz. Mas são suas dezenas de Ferraris icônicas -- entre elas uma Enzo, uma F50, uma F40 e muitas F12, 250, 275 e 288 -- que renderam grande notoriedade a Lee.

Modesto, casado, pai de dois filhos, Lee, 51, frequenta os mais prestigiosos salões do automóvel do mundo, organiza jantares com convidados esbanjadores para a Chopard em Genebra, viaja à Ásia e ao Oriente Médio para visitar clientes e passeia com amigos donos de carros Koenigsegg.

Ele pode ter o carro que quiser.

Mas depois de um tempo, isso fica muito chato. "Eu achava que quando conseguisse certos carros, eu seria mais feliz. E eu fui, por alguns anos", diz Lee. "Mas comecei a me cansar disso tudo. No caso dos supercarros, se você tem o dinheiro e quiser ter um, você pode comprar o carro. Muitas pessoas têm esses carros". Ele começou a pensar que podia fazer algo mais grandioso, algo que fosse histórico. Algo que fosse só para ele. "Eu queria ser dono de algo que o dinheiro não podia comprar."

Então o fã da Ferrari, com 724.000 seguidores no Instagram, cometeu o pecado capital das coleções exclusivas: ele modificou um.

Autenticidade

Geralmente, os colecionadores de carros de alta gama exclusivos vão --literalmente -- aos confins da Terra para proteger as especificações exatas do carro original. A maioria dos salões do automóvel e ralis históricos é organizada com base na ideia de que os carros não devem ser comprometidos por alterações ou acréscimos modernos, e devem conservar até os parafusos originais. Afinal, é assim que os colecionadores protegem o valor de seus investimentos: os carros têm que poder ser identificados como autênticos.

Mas, há um ano, Lee comprou uma Dino 1972 preta por US$ 260.000 e gastou mais de US$ 1 milhão para atualizá-la -- ou colocá-la "fora da lei", o nome da prática entre os conhecedores -- com componentes modernos e toques de estilo sob medida. Ele dedicou mais de 3.000 horas em mais de ano para aperfeiçoá-la com a Moto Technique, uma oficina com sede em Surrey, Inglaterra. Ele chama o carro de Monza 3.6 Evo.

Em resposta a um pedido de comentário, a Ferrrari enviou um comunicado por e-mail dizendo que embora a Ferrari não conheça os detalhes específicos da Dino de Lee, "vale a pena destacar a importância da autenticidade no mercado de carros clássicos. O processo de certificação Ferrari Classiche que garante isso, o Certificado de Autenticidade da Ferrari, protege o patrimônio inestimável de um carro histórico e geralmente aumenta o valor de venda, além de proporcionar acesso aos mais prestigiosos eventos oficiais organizados pela Ferrari".

Lee parece não ligar muito. Ele explica a situação como se estivesse corrigindo um erro de longa data. "Com a Dino, sempre ficavam as perguntas: E se esse carro fosse mais potente? E se continuasse assim como é -- bonito -- mas tivesse mais potência?"