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Starbucks faz aposta a longo prazo, mas investidores duvidam

Leslie Patton

27/04/2018 12h26

(Bloomberg) -- Depois de mais um trimestre de crescimento de vendas morno, o diretor financeiro da Starbucks, Scott Maw, garantiu aos investidores que a empresa está investindo "estrategicamente e com uma mentalidade de 'longo prazo'". Wall Street pode não ser tão paciente.

O crescimento da Starbucks no último trimestre correspondeu às estimativas dos analistas, mas os investidores provocaram uma queda forte nas ações na quinta-feira. Ainda associada à ascensão meteórica que a tornou onipresente, a empresa está tendo dificuldades para lidar com as expectativas agora que está entre as maiores redes de restaurantes do mundo.

"Os resultados não são necessariamente o que as pessoas imaginam, já que a Starbucks é uma 'ação em alta'", disse Jennifer Bartashus, analista da Bloomberg Intelligence. "Os resultados foram bons, mas não foram ótimos."

As ações chegaram a cair 3,7 por cento no pregão estendido de quinta-feira. A reação dos investidores refletiu as quedas fortes registradas nesta semana depois que companhias dos EUA como Caterpillar e Twitter divulgaram resultados trimestrais positivos, um sinal de que simplesmente satisfazer as expectativas não é suficiente em um mercado que está tentando garantir que a economia acelere neste ano.

Para a Starbucks, as vendas nas mesmas lojas aumentaram 2 por cento na região das Américas e os analistas haviam estimado um ganho de 1,8 por cento, segundo a Consensus Metrix. Os resultados excluindo certos itens totalizaram US$ 0,53 por ação no trimestre, correspondendo às projeções dos analistas.

A receita subiu para US$ 6,03 bilhões. Os analistas tinham projetado US$ 5,93 bilhões.

A Starbucks registrou um crescimento lento nas vendas recentemente, em especial em seu mercado doméstico. A rede espera que novas bebidas frias, além de recompensas extras, e-mails de marketing e um cartão de crédito Visa com sua marca, ajudem seus negócios nos EUA, especialmente no período da tarde, em que o movimento é mais fraco.

"Estamos correndo atrás da tarde, que continua sendo a parte mais fraca do nosso dia", disse Maw em entrevista. "A rotina das pessoas mudou e elas passam menos tempo na rua."

A Starbucks está intensificando o crescimento na China e afirmou que esse mercado poderia se tornar maior do que o dos EUA algum dia. Mas a empresa pode enfrentar mais concorrência no exterior, porque a Whitbread vai alienar sua rede Costa Coffee devido à pressão de investidores ativistas. A Costa se espalhou pelo Reino Unido e agora está empenhada em crescer na China, onde planeja mais do que dobrar sua quantidade de cafeterias até 2022, para 1.200.

As vendas comparáveis da Starbucks na China e na região Ásia-Pacífico aumentaram 3 por cento. Os analistas tinham estimado um ganho de 2,6 por cento. Na Europa, no Oriente Médio e na África, elas caíram 1 por cento, menos do que as projeções.

--Com a colaboração de Brandon Kochkodin e Karen Lin