Quanto dinheiro é necessário para entrar no clube dos ricos?
(Bloomberg) -- Qual é o tamanho da riqueza de uma pessoa "rica"?
A resposta, é claro, depende de quem está perguntando - e hoje em dia, muitos perguntam.
Nas cidades repletas de ricos, como Nova York e Londres, os integrantes do 1 por cento reclamam que viver com US$ 500.000 por ano é uma pobreza. Com US$ 40 milhões no bolso - e tendo que bancar escolas particulares, uma casa em Hamptons, um cavalo e uma instituição de caridade -, um gestor de hedge fund do seriado "Billions", da Showtime, exclama: "Poxa! Estou quebrado!"
Então, aqui vai uma resposta real, do sigiloso mundo do private banking: US$ 25 milhões.
Vinte e cinco milhões de dólares em patrimônio para investir. O tipo de dinheiro com que você poderia se dar ao luxo de ficar no vermelho durante alguns trimestres, talvez até por um ano ou dois, sem se afobar. Com US$ 25 milhões, talvez, apenas talvez, você esteja começando a ficar rico.
Porque nesta era de riqueza e de desigualdade extremas, esta quantia é simplesmente onde começa a riqueza - uma passagem, na verdade, para o primeiro e humilde degrau dos ricos. Para a maior parte do planeta, US$ 25 milhões representam uma riqueza incomensurável. Para os executivos de private banking de elite, esse dinheiro compra apenas o serviço básico.
É uma espécie de classe econômica. Para a classe executiva, são necessários US$ 100 milhões. Para a primeira classe, US$ 200 milhões. Para um avião particular? US$ 1 bilhão.
Todos nós sabemos que a diferença de riqueza entre ricos e pobres e entre os ricos e os realmente ricos não para de crescer, principalmente por causa do bull market das ações e da riqueza gerada em empresas privadas em todo o mundo.
O que talvez seja menos evidente, pelo menos fora dos círculos financeiros, é o quanto todo esse dinheiro vale para os executivos de private banking que cuidam discretamente dessas fortunas.
Nenhum executivo de private banking que se preze dirá que não liga para clientes com "apenas" alguns milhões. A Northern Trust, que trabalha com muitas das famílias mais ricas do mundo, ressalta que nos últimos trimestres mais de 50 por cento dos novos clientes tinham ativos para investir de mais de US$ 10 milhões. Mas "para chegar ao mais alto nível, as empresas elevaram o padrão", disse Brent Beardsley, que lidera o trabalho da Boston Consulting Group em gestão de ativos e patrimônio globalmente.
A medida do que torna alguém rico mudou drasticamente nas últimas duas décadas. Em 1994, quando Peter Charrington, diretor global do Citi Private Bank, entrou no banco, "de modo geral, US$ 3 milhões eram considerados um patrimônio líquido extremamente alto em todo o setor", lembrou ele. "Quase 25 anos depois, definimos que o patrimônio líquido extremamente alto é de US$ 25 milhões."
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