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Este é o melhor momento para americanos visitarem Cuba

Nikki Ekstein

11/07/2018 15h14

(Bloomberg) -- Há pouco mais de um ano, havia mais otimismo entre os empreendedores cubanos em relação aos prósperos centros turísticos de Havana, Cienfuegos e Trinidad.

Quem tinha formação em culinária abriu restaurantes ambiciosos e empregou um grande número de cidadãos locais para picar, fritar, lavar pratos e atender mesas. Donos de automóveis clássicos poliram seus Chevrolets de 1945 para criar empresas de turismo. E artistas -- estilistas, joalheiros, pintores, escultores -- recebiam encomendas de fãs de arte ansiosos para aproveitar um mercado inexplorado.

O ano de 2017 foi recorde em termos de visitas de estrangeiros a Cuba. Segundo dados do governo, a minúscula ilha caribenha recebeu 4,7 milhões de turistas nesses 12 meses, que geraram US$ 3 bilhões em receitas com o turismo e representaram um aumento de 18 por cento no número de visitantes em relação ao ano anterior. Considerando que 619.000 deles vieram dos EUA, o poder de compra dos americanos estava se tornando tão destacado quanto na época em que o trio Andrews Sisters gravou uma emblemática canção, em ritmo calipso, sobre "trabalhar pelo dólar ianque", em 1945.

Mas em junho do ano passado o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou novos regras de viagem para os americanos, e as multidões que tomavam rum com Coca-Cola em Havana caíram drasticamente. Depois veio o furacão Irma e, na sequência, uma série de misteriosos ataques sônicos. No momento em que o governo dos EUA divulgou a atualização das políticas para viagens, em novembro, o turismo americano em Cuba havia despencado.

"O mercado congelou por alguns meses", diz Chad Olin, fundador e CEO da Cuba Candela, uma empresa de viagens de luxo a Cuba. "É incrível a confusão que essas manchetes provocaram."

O lado positivo é que os viajantes não precisam reorganizar totalmente seus itinerários -- pelo menos não se conseguirem uma ajuda extra de uma agência como a da Olin. De fato, em meio às informações de redução nos clientes, de melhoria da infraestrutura e da maior variedade de experiências disponíveis, este pode ser o melhor momento para visitar Cuba, independentemente de onde você venha.

Benefícios para turistas

Turistas de todas as nacionalidades podem conseguir certas recompensas visitando Cuba neste ano. "Em dezembro de 2016 [quando o turismo estava no auge], simplesmente havia gente demais em Havana", diz Olin. "A infraestrutura estava com a capacidade esgotada."

Levou tempo para pavimentar melhor as ruas, aprimorar o atendimento nos restaurantes, reformar hotéis antigos, oferecer conexões de Wi-Fi que funcionem -- e assim por diante. Agora, os cubanos conseguem atender a níveis maiores de demanda, mas a multidão não está mais lá. Como resultado, diz Olin, "conseguir reservas em restaurantes ficou mais fácil. Os melhores hotéis cinco estrelas podem ser reservados com menos antecedência. Não estamos vendo overbooking como antes -- quando você chegava a um restaurante ou hotel e sua mesa ou quarto já não estavam à disposição."